quinta-feira, 31 de julho de 2008

Peça de Teatro - Encima do Muro

DRAMATIZAÇÃO:

Tonho (sentado em cima do muro): Uh, uh... tudo bem... Está tudo bem comigo, obrigado.
O que? Seria mais confortável sentar numa cadeira? Não, obrigado. Estou bem aqui. É confortável. Pelo menos tão confortável quanto sentar em cima do muro. ....É!
Há quanto tempo estou aqui? Bem, na verdade não sei direito. Eu era muito jovem quando.......

Amigo: (entra com uma bola de futebol na mão) Oi, Tonho

Tonho: Oi

Amigo: Vamos sair e jogar uma bola – vamos treinar para quinta-feira.

Tonho: Pra que?

Amigo: Não me diga que você esqueceu do treino.

Tonho: Que treino?

Amigo: Treino de futeblo. Nosso primeiro jogo na semana que vem. Vamos lá.. vamos

Tonho: Bom – eu acho que não vou poder ir.

Amigo: Mas você disse que ia jogar

Tonho: Eu sei, mas o teste de basquete é amanhã.

Amigo: basquete – você prefere jogar basquete, em vez de baseball?

Tonho: Bom, não tenho certeza ainda. Além disso tem o acampamento dos jovens.

Amigo: Mas você disse que ia estar no time

Tonho: É. Eu sei. Mas não tenho mais certeza

Amigo: Você vai ou não?

Tonho: Talvez eu vá

Amigo: É melhor você aparecer. Senão vou ter que chamar a minha avó para jogar no seu lugar de novo.

Tonho: Eu nunca fui. Quer dizer, eu nunca pude ir. E se eu ficasse de fora do futebol? E se fosse para eu ser um jogador de basquete mais famoso no mundo? E se a garota dos meus sonhos fosse ao acampamento dos jovens e eu perdesse esse encontro porque eu estava jogando futebol. Bem, eu não poderia deixar isso acontecer. É muito arriscado. Então fiquei em cima do muro quase o verão inteiro. Só encontrei a garota dos meus sonhos muitos anos depois.

Mônica: (entra com uma cesta de piquenique) Oi querido! Como vai você?

Tonho: Oi Mônica! Uma cesta de piquenique! Que surpresa!

Mônica: É. Eu trouxe suas coisas favoritas.

Tonho: Puxa! Que legal!

Mônica: Hã, hã...

Tonho: O que estamos comemorando?

Mônica: (dá um grande suspiro) Quer dizer que você não lembra?

Tonho: Hum....Ah......é um dos nossos aniversários, não é?

Mônica: É. É. Você sabe qual?

Tonho: .Não me pergunte isso. Você sabe que eu não sou muito bom com números (dá uma risada nervosa)
Mônica: Bom, tente adivinhar.

Tonho: Hum.......5.

Mônica: 5 (concorda). Nós estamos namorando há 10 anos e você diz “5”?

Tonho: É que na verdade o tempo voa quando a gente está se divertindo.

Mônica: É – eu andei pensando.

Tonho: Ai! Eu odeio quando você faz isso!

Mônica: Bom, acho que quando nós começamos a namorar nós dois éramos novos e você me disse que ia demorar para você descobrir quem você era na verdade. Eu te dei esse tempo. Depois, você disse que precisava de tempo para descobrir o que queria ser, e eu esperei. E depois, você disse que precisava de um tempo para descobrir qual era a faculdade que você ia fazer. Eu estou com 32 anos , tá bom - você vai casar comigo, ou não?

Tonho: Puxa, Mônica! Você não está se precipitando demais, não?

Mônica: Precipitando?

Tonho: Casar é um passo muito sério na vida.

Mônica: E daí? Você tem outra pessoa?

Tonho: Não.... Bom, quero dizer.. talvez.

Mônica: Talvez? Talvez? (começa a murmurar )

Tonho: Talvez não. Como você quer que eu saiba quem é a pessoa certa? Vamos deixar as coisas como estão. Por que nós temos que complicar tanto as coisas?

Mônica: Você tem 24 horas para me pedir em casamento, meu amigo. Do contrário, está tudo acabado.

Tonho: Ai! A puxa vida a Mônica sempre me deixou em cima do muro e agora vem com essa. Sabe eu tenho um lema na minha vida: Não arriscar. Em todas as áreas, por exemplo: Nunca vou à mesma igreja duas vezes seguidas – você quer saber por que? Aprenda isso – desse jeito, com certeza ninguém me prende para fazer nada que eu não queira fazer de verdade. Você tem mais tempo para escolher o que é melhor

Zé: Oi. Rob!

Tonho: Hã...... Zé, certo?

Zé: Como vai?

Tonho: Bem, bem – o que você está fazendo por aqui?

Zé: Bom, veja – Estou andando por aí e convidando uma porção de gente para uma célula de 40 dias de propósitos. Você se lembra de que estávamos falando disso na igreja no último final de semana? Parece que eu vi você lá.

Tonho: Não. Bem, sim – talvez.

Zé: Que é isso?! Há quanto tempo você está indo à EDIFICANDO?

Tonho: A semana passada foi a segunda vez que eu estive lá.

Zé: Bom, isso é ótimo. Você já se inscreveu para ir a umA CÉLULA?

Tonho: Sabe como é... inscrever... é uma coisa tão formal... E além disso, não tenho certeza que esse negócio é para mim mesmo. Lá eles tem toda aquela coisa de cantoria, abraços, sabe muito melê..

Zé: Não, não, escuta... Rob, não vai ser nada disso. O objetivo desse grupo é para que você descubra qual é o propósito da sua vida, para que você existe. E creio que será um tempo de milagres em nossas vidas.
Tonho: É, mas 40 dias!. Isso é muito tempo, não? Eu estava pensando... você não sabe se eles tem um resumo ou um drive-thru , SABE IGUAL AQUELE DO MAC QUE VOCÊ ENTRA COM O CARRO E SAI COM O SANDUICHE?

Zé: Veja bem, meu amigo.. estou pensando que Deus tem alguma coisa bem especial planejada para sua vida

Tonho: De que tamanho?

Zé: Muito além do que qualquer coisa que você possa imaginar

Tonho: Por quanto tempo?

Zé: Para sempre.

Tonho: Pois é. Veja de novo... para sempre. Isso é um compromisso muito grande e você sabe que eu tenho uma porção de planos. Além disso, estou com entradas para o JOGO DO PALMEIRAS, amanhã a noite

Zé: Você se refere Aquele jogo do palmeiras e ferroviária que estão os dois eliminados – esse?

Tonho: Sim.

Zé: Bom, então está ótimo. Você precisa ir mesmo à reunião da célula. Vai ter lanche.

Tonho: Comida?

Zé: bolo?

Tonho: bolo, hum!

Zé: bolo. Bom o que você me diz? Vai sair desse muro e vir à reunião da célula?

Tonho: bolo você disse. Ta bom. Vou dar uma chance (Tonho desce do muro). Até que não é tão mal. Até que eu gosto de estar fora do muro.

Zé: Viu só? Agora vamos. Por sinal, você gosta de bolo do que?

Tonho: Ainda não estou pronto para assumir uma responsabilidade dessas.

Zé: Ah, deixa para lá. Vamos.

Fim da dramatização

Um convite a monarquia

O que pessoas fazem quando não há rei ?

Quando não há rei ....

Há uma crise de modelo familiar
Pais tornam-se incoerentes
Pais podem amaldiçoar filhos
Pais podem não corrigir seus filhos ( mas “abençoa-los)
Pais faltam com integridade. Dizem uma coisa e fazem outra
Pais não tem respeito da palavra de Deus. seguem seus sentimentos ao invés da palavra.
Pais projetam nos seus filhos algo que eles não foram chamados a fazer.

Há uma crise de autoridade
Pessoas não se submetem ( nem a Deus nem a pessoas ) crise de autoridade
Pessoas fazem seu personal culto personalizado
uma personal adoração
Sua personal adm de dízimos
Pessoas querem estar no controle da situação vs 10
Com um levita ( sua “igreja” tem mais legitimidade)
Colocamos elementos para tentar legitimar nossos atos.

Há um crise de absolutos
Misturamos o sagrado e o profano - misturamos aquilo que é de Deus com o mundo- espiritualidade sem integridade – Lc 6:46
Há uma falta de convicção de pecado.
Ele pode roubar, pode viver fazendo ídolos e falar das bênçãos de Deus ao mesmo tempo.
Ele pode usar um adesivo de Jesus no carro e ir pro motel
O grande problema é que as pessoas não reconhecem isso, é puramente inconsciente

Há uma crise de ética

Buscamos nossa prosperidade pessoal – vs 13 ( a qualquer preço)
Usar Deus para obter seus fins ( deus é um meio)
O comércio que hoje envolve o meio evangélico tem muito pouco de cristão e muito de avareza

Nosso relacionamento com deus deve ser fruto de nossa dívida para com ele.

Um levita oportunista vs 17
Ele não questiona Mica de sua idolatria ( é conveniente)
Ele não respondeu a um chamado ele respondeu ao $ oferecido 18:5-6

Procuramos ouvir o que queremos.
E falamos o que os outros querem ( não precisamos consultar a Deus)

Por que há tantas pessoas assim?
Porque lhes falta o Rei
Não um rei, mas o Rei, que governe

A CRUZ LIGHT

Um meio ou uma desculpa

Não conheço ninguém que conseguiu realizar seu sonho, sem sacrificar
feriados e domingos pelo menos uma centena de vezes.
Da mesma forma, se você quiser construir uma relação amiga com seus
filhos, terá que se dedicar a isso, superar o cansaço, arrumar tempo para
ficar com eles, deixar de lado o orgulho e o comodismo.
Se quiser um casamento gratificante, terá que investir tempo, energia e
sentimentos nesse objetivo.

O sucesso é construído à noite!
Durante o dia você faz o que todos fazem.
Mas, para obter um resultado diferente da maioria, você tem que ser
especial.
Se fizer igual a todo mundo, obterá os mesmos resultados.

Não se compare à maioria, pois, infelizmente ela não é modelo de sucesso.
Se você quiser atingir uma meta especial, terá que estudar no horário em
que os outros estão tomando chope com batatas fritas.
Terá de planejar, enquanto os outros permanecem à frente da televisão.
Terá de trabalhar enquanto os outros tomam sol à beira da piscina.

A realização de um sonho depende de dedicação, há muita gente que espera
que o sonho se realize por mágica, mas toda mágica é ilusão, e a ilusão não
tira ninguém de onde está, em verdade a ilusão é combustível dos
perdedores pois...
Quem quer fazer alguma coisa, encontra um MEIO.
Quem não quer fazer nada, encontra uma DESCULPA.

Recolocação Profissional

Perguntas Incomodas ou difíceis de responder

1 - Fale-me de sua vida pessoal
As respostas a esta pergunta devem focar sua vida comum, (Sou casado, tenho 2 filhos, moro em um bairro de classe média, freqüento o clube, sou psicólogo etc. ...., ).
Nunca deve ser citados problemas que estejam ocorrendo com você ou sua família (estou com problemas familiares devido a minha falta de emprego a um ano, moro com minha sogra e sogro que estão doentes, meu filho é drogado etc.) ou dimensionamentos religiosos, políticos) nem devem ser citados assuntos que possam provocar controvérsias (meu clube preferido é..., meu ídolo político ou religioso é...).
Embora você esteja falando de sua vida pessoal, a entrevista é de emprego, não se esqueça de comentar o máximo possível fatos de sua vida profissional.

2 - Fale-me de você.
Muito parecido com a resposta anterior, mas deixe de lado ainda o enfoque na personalidade, tente ser o mais comum e simples possível. Lembre-se a reunião é de emprego, fale o máximo de você profissional e dos resultados que obteve.

3 - Como você descreve sua própria personalidade?
Nunca descreva sua personalidade como MARCANTE, ou DIFÍCIL, ou FORTE, você pode deixar marcas ruins em uma empresa, ou ser uma pessoa difícil de se conviver no dia a dia, ou Forte demais ao ponto de ser intransigente.
Tente passar uma idéia de personalidade Cooperativa, Entusiasta, Criativa, Conciliadora, Objetiva e Prática.
Fale de sua marca registrada, O que diferencia você das Outras pessoas.

4 - Fale-me sobre seu lazer.
A empresa esta interessada no seu lazer físico, ou seja aonde você descarrega as energias e stress do dia a dia trabalhado; você faz caminhadas ?, você corre ?, você pratica esportes ? (desde que não sejam esportes radicais e violentos ou perigosos, do tipo: Alpinismo, Pára-quedismo, Tiro, motocross etc.). Nos esportes radicais a possibilidade de acidentes é muito grande.
Mostre que em seu lazer há desgaste Físico e sobretudo atividade social/ coletiva/ Grupal.

5 - Quais são seus defeitos?
Todo profissional pode ter defeitos que se tornam virtudes aos olhos de certos entrevistadores; por exemplo: meu defeito, inclusive que eu não considero exatamente um defeito é me envolver demasiadamente com o meu trabalho, ou é ser perfeccionista e prático no meu trabalho.(vide apostila pag. 74)
Nunca considere esta pergunta no campo pessoal, sempre no campo profissional e tentando passar uma idéia que aquele seu defeito pode tornar-se muito útil para a empresa.
Sou muito observador, no entanto há pessoas que me julgam tímido.
Eu me adapto facilmente a novas situações, no entanto há pessoas que me rotulam de Maria vai com as outras.

6 - Quais são seus pontos fracos?
Você deve demonstrar que seus pontos fracos, eram fracos, e que já foram ultrapassados, com sua autocrítica, e perseverança conseguiu supera-los.
Se você pretende abrir claramente quais suas deficiências, cuidado, isto pode ser decisivo em seu processo de contratação.(Use pontos periféricos, ex: sou secretária português, más meu ponto fraco é o inglês, que não interferirá em nada, no trabalho atual).

7 - Quais são seus pontos fortes?
Procure destacar seu entusiasmo pelos desafios, sua competência para obtenção de resultados, seus cuidados com sua qualidade de vida e sua vida pessoal, nunca tente envolver nesta questão atributos de disputa, raça, competição ou suas qualificações diretamente ligados ao cargo.
Fale de seus diferenciais, aquilo que diferencia você de outras pessoas.

8 - Cite três pontos que você precisa melhorar?
Tente não demonstrar que estes pontos que ira citar não são deficiências, e não à regionalização! que são ações de desenvolvimento, ou seja são pontos que você quer desenvolver mais, pôr exemplos, “Eu tenho inglês fluente, más gostaria de iniciar o curso de espanhol pôr ser um idioma muito utilizado em empresas investidoras hoje no Brasil” ou ....! Embora meu inglês seja bom, tenho vontade de passar um período no exterio9r para melhora-lo.
Conhecimentos de informática, para uso diário (para quem não é do ramo)
Ferramentas da qualidade
Entender melhor a globalização

9 - Quais são seus objetivos a longo prazo?
Todo objetivo de longo prazo deve ser considerado como desenvolvimento profissional, crescer tecnicamente, ou pessoal, deve-se evitar citar sobre “meu objetivo é chegar na gerência do departamento, ou ter meu negocio próprio” isto pode ser considerado como uma ameaça ao profissionais hoje existentes na empresa, ou como um profissional que estará sempre interessado no seu negocio e não no negocio da empresa.
Fale de desenvolvimento cultural (mestrado, doutorado, pós etc...) o crescimento profissional será decorrência, pois você estará preparado.

10 - Qual seu potencial?
Meu potencial até hoje não foi totalmente explorado, estou aqui a disposição para isto.

11 - Fale-me de uma realização que o deixou satisfeito.
As realizações que a empresa quer ouvir são sempre profissionais, e que envolvam resultados efetivos, criativos e que solucionaram problemas importantes para as empresas as quais você já prestou serviços. Ex: Há alguns anos atrás a empresa Alcan embalagens tinha sérios problemas pôr não ter representantes técnicos na área comercial, eu recrutei engenheiros químicos, consegui convence-los a serem de uma área comercial, treinei através de um programa de 6 meses intensivo, e introduzi-os no campo comercial, hoje são desde gerentes de negócios até grandes representantes técnicos comerciais em empresas de porte e do ramos de embalagens., Mostre sua perspicácia, coisas pequenas são importantes para mostrar sua sensibilidade e perspicácia.
Tenha sempre em mente duas ou três realizações para comentar.

12 - Considerando sua formação, qual sua expectativa futura?
Para eu continuar tento expectativas, eu tenho que fazer mais, me especializar, estudar, pós graduar, línguas, informação, isto irá me trazer consequentemente expectativas futuras

13 - Qual o último livro que você leu?
A pergunta é “Você tem o habito de Leitura ?”, pode ser que suas leituras estejam atrasadas, mas você lê constantemente jornais comuns e artigos especializados, revistas (Exame, Você S.A., Veja, etc...).
Nunca cite “O pequeno príncipe”, “dramaturgias comuns” e banais, sempre volte-se para literaturas que irão desenvolver seu potencial profissional, cite os artigos mais recentes.
Tenha sempre em mente artigos recentes ligados à sua área e mencione-os, sempre que houver oportunidade.
Sempre que encontrar em algum lugar artigos referentes à sua área, leia-o atentamente várias vezes para poder fazer comentários sobre ele.
Renove estes artigos constantemente.
Em tempo, nunca vá a uma entrevista sem ter lido o jornal do dia.

14 - Fale-me de sua vida profissional.
Procure falar de suas realizações recentes, de resultados positivos, para a organização e os objetivos profissionais (nunca os objetivos pessoais).
Procure demonstrar constância de progressos e realizações.
Fale de realizações relacionadas as atividades que julga que realizará na nova empresa.
Não se empolgue exageradamente. Fale com entusiasmo e segurança.

15 - O que você faz(ia) na empresa em que trabalha(va)?
Fale claramente sobre seu trabalho, seus pontos fortes de responsabilidades, coordenação de equipes e liderança, (quando for o caso ou quando a vaga requeira), seu bom relacionamentos com chefias e colegas de trabalho.
Comente sobre seus resultados.
Se estiver a par de problemas da empresa. Mostre situações similares que já passou e como resolveu.

16 - Por que você saiu da empresa?
Nunca cite: problemas de relacionamento com a chefia ou com colegas de trabalho.
Insatisfação financeira, ou outros problemas que possam interferir diretamente na continuidade do processo, ou que reflitam uma má imagem sua.
Acredito que uma restruturação, um downsizing, ou um novo direcionamento nos negócios e objetivos da empresa seriam claros e não afetariam seu processo.
Não mencione injustiças ou perseguições
Não fale mal da empresa.

17 - Por que você quer sair da empresa?
“Porque procuro novos desafios”, Todo profissional entra em uma organização para resolver problemas, se passado muito tempo e sem uma clara visão externa da empresa, ele começa a FAZER parte do problema, esta na hora de mudar de emprego,
“Eu tenho um bom potencial, o mercado está ruim, más eu acredito em meu potencial”..

18 - Você considera que foi justa sua demissão? justifique
Foi uma opção da empresa “Eu sou dono da minha carreira e profissão, e as empresas são donas dos empregos”.

19 - Você voltaria trabalhar na empresa que o demitiu? justifique.
Voltaria não à regionalização!, dependeria também muito da proposta que empresa iria oferecer, não financeira, más do novo desafio que iria enfrentar, de qualquer forma considere sempre uma boa proposta de trabalho, nunca fale mal da empresa que já trabalhou.
Não se entusiasme muito. Mostre que você está interessado é na nova poroposta que está surgindo.


20 - Que opções de carreira você tem no momento?
São alternativas de trabalho e remuneração, e empregabilidade que você tem no momento,
“Seu Diploma é Sua Prancha” de surf !!. um surfista pode ter a melhor prancha possível de se encontrar, más dependerá de uma boa onda para surrar, se nesta praia não tem onda tem que ir atrás dela onde for.
Em outras palavras, um engenheiro pode ser: Comercial, Técnico, Consultor, Autônomo, e em várias áreas.

21 - Você entrou com reclamação trabalhista contra alguma empresa? justifique.
Uma reclamação trabalhista tem que conter um motivo extremamente justo, nunca polêmico, se for este o seu caso cite-o. Não deixe o entrevistador perceber que foi revanchismo.

22 - Você já se sentiu desmotivado? justifique
Não dê de mão beijada motivos para sua eliminação do processo. Exemplos:
A empresa pagava pouco
Atrasava muito o pagamento.
Naquela empresa era todo dia a mesma coisa.
Falta de reconhecimento
Perseguição
Leve em consideração também que um chefe, ou técnico, não tem o direito de mostrar-se desmotivado para seu subordinado ou colega, más tem obrigação de comentar isto com seu superior

23 - O que o desmotiva no trabalho?
O que me desmotiva em uma empresa, pode não me desmotivar em outra; desafios, e realizações se confundem na motivação.
Existem muitos fatores que podem me levar a desmotivação, mas jamais alguém me viu desmotivado, embora meus superiores sempre sabem quando estou desmotivado e porque.

24 - O que o motiva no trabalho?
Desafios

25 - O que você procura em seu trabalho?
Desafios e Comprometimentos com os objetivos da organização, Realização profissionais, Oportunidade para mostrar minhas competencias e habilidades.

26 - Defina o cargo para o qual está se candidatando?
Lembre-se que você pode falar dos cargos que já exerceu.
Então fale claramente: Na empresa que eu estou, ou estava, este cargo compreendia: Fale clara e abertamente sobre o cargo que você já exerceu, em cada empresa as responsabilidades e atribuições podem ser diferentes, evite polemizar o assunto como: “O Ideal e o Real”, procure informar-se sobre o cargo, consulte seu vocabulário mais atualizado, atualize-se quanto ao seu mercado de trabalho.
CUIDADO COM QUEM VOCÊ ESTA FALANDO, É DA SUA ÁREA OU DE OUTRA ÁREA ? O VOCABULÁRIO PODE MUDAR.
Ao terminar pergunte: Aqui é igual ou não. Se for diferente, vá mostrando seus conhecimentos e os locais onde teve a oportunidade de passar por situações semelhantes.

27 - Fale-me de suas expectativas em relação a este cargo.
Comprometimento com os objetivos da empresa, e desafios tangíveis, Mostrar as realizações, e resultados tanto quanto eu mostrei na empresa anterior

28 - O que o atrai mais no cargo que estamos oferecendo?
A possibilidade de ter novos desafios a serem vencidos pela organização, objetivos a serem atingidos, e consequentemente o meu crescimento profissional.

29 - O que o atrai menos no cargo que estamos oferecendo?
De negativo não vi nada, más em contra partida positivamente vi várias coisas. Cite as coisas positivas que viu.

30 - O que você tem a nos oferecer? justifique.
Resultados, dedicação é um dever, comprometimento também

31 - Por que devemos admiti-lo?
Pelos resultados, redescrevendo o cargo, mostrando as coincidências e mostrando que você tem condições de resolver os problemas que eles tem hoje.

32 - Por que você que trabalhar em nossa empresa?
“Pelo que eu pesquisei desta empresa !!!!”,
Para se sair bem nesta pergunta acredito que devemos pesquisa-la, saber de sua política administrativa, sua história, seu foco de trabalho e negócios, seu crescimento etc. para podermos ter uma noção correta, do porque trabalhar nesta empresa.
Porque é uma empresa conceituada, respeitada, pela política de recursos humanos ( faça alguns elogios discretos)

33 - O que você conhece da nossa empresa?
Aproveite a pesquisa anterior.

34 - Suas qualificações estão além de nossa necessidade.
Este questionamento pode pegar qualquer profissional de surpresa, se ele estiver muito “INCHADO”, “PAPUDO” aqui ele começa a encolher e poderá se dar mal no decorrer do processo, por isso cuidado com seu exagero de qualificações. Más se for detectado que você está além das necessidades da empresa,
“Se a proposta interessar, deixe claro que você vai investir na empresa”.

35 - Suas qualificações estão aquém de nossas necessidade.
Redescreva o cargo e mostre que o que você fez, esta de acordo com o que a empresa quer, são similares muito próximos.

36 - Quanto você acha que vale este cargo?
Este cargo vale o quanto o mercado paga !, pesquise e se for necessário de parâmetros de pesquisas de jornais.

37 - Quanto você vale?
“Eu valho US 1.000.000, más o mercado paga R$ x.xxx,xx, e isto que eu pretendo ganhar. O mercado paga isto !, e os senhores pagam quanto ?.
“Eu valho o que o mercado paga, independentemente de minhas qualificações”


38 - Qual sua pretensão salarial?
Eu quero ganhar X.xxx,xx, porque eu tenho este valor.
“Meu último salário foi xxxxxxxx , estou aberto a negociação, dependendo das oportunidade e benefícios”.
Jamais fale: Eu preciso ganhar X.xxx,xx, porque eu tenho muitas despesas.
Não quero rebaixar a carteira..

39 - Faça uma avaliação de nossa oferta?
Com certeza estão querendo analisar suas reações>
Cuidado com suas expressões (faciais e atitudes) ao analisar esta proposta. “Nossa aqui só paga isso ?”
“O salário é tudo isto, e ainda tem mais benefícios ?”
“Hum!!!!! acho que não vou querer”.

40 - Qual seu estilo de de liderança?
Não fale: Semi Autoritário, Político, Aberto, Autoritário, Autocrático.
Fale: Liderança Situacional ( aquela que o momento exige).

41 - Quantas pessoas você já comandou?
Fale claramente (Comandados diretos e indiretos)

42 - O que seus subordinados pensam de você?
Justo

43 - Como seus subordinados o descrevem como chefe?
Justo, se pedirem para descrever seu marido/esposa, parceria e sociedade são as descrições corretas

44 - Se perguntasse a três amigos a seu respeito, o que diriam eles?
Diriam que sou orientador, incentivador, amigo, motivador.

45 - Quando contratava novos funcionários, o que procurava nos candidatos?
“Procuro objetivamente as qualidades, competências e comprometimento em um futuro colaborador”.

46 - Você já demitiu alguém? Se positivo justifique.
Jamais fale
:“Eu sou bom nisto” sou o rei do facão et.
Se você já demitiu, mostre que não gostou.
Valorize o ser humano

47 - Qual a tarefa mais difícil de um chefe?
A demissão de um colaborador sempre é uma tarefa difícil para um chefe, deve-se tentar todas as alternativas possíveis para se evitar isto, mas se os problemas forem insustentáveis, fale clara e abertamente sobre o assunto.

48 - Quantos subordinados de sua atual, ou última empresa você conseguiria trazer para a nossa?
A valorização tem que ser do profissional em questão, e nunca da equipe.
O mercado tem muito bons profissionais..

49 - Quais os problemas mais comuns em sua profissão?
É uma resposta muito individualizada, cada um tem que ter pensado nesta questão anteriormente.

50 - Qual a decisão mais difícil que você já tomou?
Um corte de pessoal solicitado. Qualquer atitude que envolvam seres humanos. Se for um pequeno problemas irá mostrar mais sua perspicácia

51 - O que é um ambiente ideal de trabalho?
Aquele que dá condições de exercer minhas competências e habilidades.

52 - Você é favorável a grave? justifique.
Greve é um preceito legal, é lei, logicamente tem que haver um enfoque situacional nesta pergunta, porque depende muito da forma e da reivindicação.
Não é interessante se manifestar sobre tal questão deixe isto para lideres sindicais.

53 - Você consegue trabalhar sob pressão?
Responda afirmativamente e de exemplos da sua experiência profissional.

54 - Você é criativo?
Não a regionalização!, ninguém fica em uma empresa se não for criativo. Dê exemplos de situações onde conseguiu bons resultados através da criatividade.

55 - Você pensa em ocupar o lugar de seu chefe algum dia?
Eu pretendo ser o melhor da minha área, e sendo o melhor da área, pretendo ter oportunidades de crescimento.

56 - Você está em processo seletivo em outras empresas?
Tenho mantido contatos com varias empresas e organizações,
Valorize o contato que você esta tendo.

57 - Se você pudesse escolher cargos ou empresas, qual seria sua opção?
Esta empresa e este cargo !!!!!

58 - Você tem alguma objeção a testes psicológicos?
Nenhuma objeção !!!, mesmo que tenha comece a não ter a partir deste momento.

Teologia Bíblica do Salmo 51


©1999 Hélder de Salles Cardin (http://www.geocities.com/Athens/Aegean/2551) é aluno do curso de Bacharel em Teologia com Ênfases em Ministério Pastoral e Educação Cristã no Seminário Bíblico Palavra da Vida em Atibaia-SP. Este material pode ser utilizado e pesquisado livremente, sem porém ser utilizado com e para fins lucrativos sem consentimento e autorização do seu autor.


1 Introdução
O estudo do Salmo 51 tem como propósito a identificação das origens deste salmo bem como o seu autor, a data em que foi escrito, as condições em que se encontrava o seu autor e o estilo literário que se utilizou para expressar em palavras o que estava sentindo e passando. De acordo com a possibilidade procurarei estar identificando a exegese e teologia deste salmo de acordo com aquilo que o Senhor revelou mediante esta passagem.
Há uma grande necessidade em se estudar este salmo pois se trata de um salmo muito utilizado nos dias de hoje por pessoas que estão sofrendo muito por causa de seus pecados, e este salmo trata exatamente deste assunto, quando um grande homem de Deus cai em profunda depressão por causa dos seus pecados cometidos primariamente contra o seu Deus.
A necessidade pessoal do estudo deste salmo vai além das exigências para o cumprimento dos requisitos parciais desta matéria, pois tenho a intenção de estar criando em mim o hábito de estar analisando e interpretando os textos aos quais me proponho a estudar, sendo esta um oportunidade grandiosa e também muito valiosa.
Procurarei abranger ao máximo possível a análise deste salmo utilizando-me de diversos livros como comentários bíblicos, apostilas e outras referências bibliográficas referentes ao salmo, como dicionários teológicos e até materiais não-publicados oficialmente, expressando estes conceitos de forma claras e sucintas, atingindo assim o propósito deste estudo e pesquisa.

2 Questões Introdutórias
Antes de se aprofundar exegética e teologicamente no Salmo 51 convém que se conheça a respeito da origem deste salmo que vem sendo utilizado freqüentemente para expressar o profundo sentimento depreciatório de um pecador.
Tem-se esta necessidade de saber a origem do salmo afim de estarmos familiarizados com o autor desta obra e também conhecer o seu estilo literário e o contexto histórico da época, para que assim se possa identificar e afirmar o por que deste salmo estar escrito exatamente da maneira que como está.

2.1 Autoria
Analisando ponderadamente este salmo pode-se atribuir a sua autoria ao grande rei Davi, já que o contexto em que este salmo foi escrito e relata se assemelham muito ao contexto em que Davi possivelmente se encontrava após o profeta Natã vir ter com ele e lhe apontar o pecado que havia cometido com Bate-Seba (2 Sm 11 e 12).
A pessoa que escreveu os comentário e notas de rodapé da Bíblia na versão Linguagem de Hoje afirma em uma de sua notas a respeito deste salmo ser Davi o seu autor, tendo como base o título em hebraico deste salmo, ;diwfd:l rOm:zim (Salmo de Davi).
No que diz respeito aos versículos 18 e 19 vários autores e comentaristas como F. Davidson afirmam que estes dois versículos foram “adicionados alguns séculos depois da época de Davi”[1], sendo esta época o tempo “quando os muros da cidade [de Jerusalém] foram derrubados, quando os sacrifícios cessaram”[2] (Ne 1.3; Sl 102.16,17; 142.2).

2.2 Data
Partindo da afirmação de ser o rei Davi o autor deste salmo e levando em conta o contexto em que foi escrito é possível estabelecer aproximadamente a data em que o salmo foi escrito.
Segundo Carlos Oswaldo Pinto em sua apostila a respeito da Teologia Bíblica do Antigo Testamento é possível estabelecer a data de 992 a.C. para o pecado de Davi com Bate-Seba (2 Sm 11). Considerando esta data pode-se afirmar que Davi escreveu este salmo por volta dos anos 992 e 991 a.C., quando exercia o seu reinado sobre Israel.

2.3 Estilo Literário
O Salmo 51 trata-se de um Salmo penitencial[3], sendo penitência um “arrependimento ou pesar por falta cometida; contrição. Aflição, tormento. Relativo à virtude cristã que leva ao arrependimento pelos próprios pecados, na medida em que constituem ofensa aos designos divinos.”[4]
Geralmente nestes salmos começa-se com “a confissão do pecado, acompanhado de uma súplica por perdão [divino], que substitui a lamentação sobre a tribulação”[5], e isto se pode ver claramente na estrutura literária deste salmo, assim como nos outros salmos penitenciais.
Stanley A. Ellisen identifica alguns elementos característicos dos salmos penitenciais como por exemplo:
* Dirigi-se a Deus e clama por auxílio;
* Queixa freqüentemente expressa em figuras;
* Confissão de confiança;
* Petição de auxílio divino;
* Súplica de cuidado especial divino ou cumprimento de promessa de aliança;
* Voto de louvor e ação de graças;
* Confiança na resposta divina.[6]
Pode-se identificar também a presença de um paralelismo sinônimo expresso claramente nos vv. 2,3 e 5, onde Davi se utiliza deste estilo na segunda parte do versículo a fim de complementar a idéia inicial deste mesmo versículo.

2.4 Contexto Histórico
O contexto histórico deste salmo é muito semelhante ao contexto histórico que 2 Samuel 11 e 12 nos relatam.
Davi a não muito tempo cometera adultério com Bate-Seba e o assassinato premeditado e sangüíneo de Urias. A época em que se deram estes fatos era uma época em que os reis deveriam estar com suas nações batalhando nas guerras, porém Davi não estava.

Partindo desta negligência para com suas obrigações arrolasse todo este processo pecaminoso conhecido por nós e lembrado em outras passagens na Bíblia (1 Rs 15.5).
Após a consumação dos pecados de Davi o profeta Natã vem e repreende ele com uma parábola que o jogou no banco dos réus, fazendo assim com que sua consciência viesse a pesar assumindo assim o seu pecado publicamente e também perante o Senhor.
Com o reconhecimento do seu pecado Davi começa a sofrer as conseqüências judiciais e espirituais que a santidade de Deus tem que executar frente a podridão humana (2 Sm 12 e 13).

3 Exegese do Salmo 51
Para se conhecer e entender bem o Salmo 51 é necessário que seja feito uma exegese do seu conteúdo, a fim de podermos analisar e extrair quais são as contribuições que este salmo nos dá para assim formular e interpretar qual é a mensagem central desta passagem.

3.1 Esboço Sintético
I - A misericórdia e benignidade do Senhor apaga e purifica multidão de pecados (vv. 1,2).
A - A misericórdia e benignidade do Senhor apaga multidão de pecados (v. 1).
B - A purificação dos pecados e iniquidades vem do Senhor (v. 2).
II - A natureza pecaminosa do salmista e a conscientização do seu pecado o fazem reconhecer a santidade e justiça do Senhor que deseja que a sabedoria esteja intrínseca na alma a fim de que não pequemos contra Ele (vv. 3-6).
A - A constante presença do pecado está sempre a frente do salmista (v. 3).
B - A santidade e justiça do Senhor é manifesta na conscientização e confissão do pecado por parte do salmista (v. 4).
C - A natureza pecaminosa do ser humano está presente antes do seu próprio nascimento (v. 5).
D - A vontade do Senhor é de que a sabedoria esteja intrínseca na alma humana (v. 6).
III - A busca pela santidade e purificação dos pecados num momento de profundo juízo divino requer um espírito inabalável e a constante presença do Senhor e Sua salvação (vv. 7-12).
A - A eficácia do perdão divino torna o homem mais alvo que a neve (v. 7).
B - A busca pelo alegre regozijo se faz presente num momento de profundo juízo divino (v. 8).
C - O pedido do salmista é para que o Senhor não olhe para os seus pecados (v. 9).
D - A busca pela santidade requer um espírito inabalável (v. 10).
E - A súplica do salmista num momento de consciente reprovação divina leva-o a clamar para que o Senhor não o desampare (v. 11).
F - A alegria do salmista provém da salvação que o Senhor lhe concede (v. 12).
IV - O livramento dos pecados e a restauração do salmista mediante a salvação no Senhor exige o sacrifício de um espírito e coração quebrantados e compungidos que proclamam as glórias do Senhor (vv. 13-17).
A - A restauração do salmista gera em seu coração uma vontade de ensinar aos perdidos os caminhos do Senhor (v. 13).
B - O livramento dos pecados pela salvação que só o Senhor pode dar alegra o coração de quem o recebe (v. 14).
C - A glória do Senhor é proclamada por meio de lábios de um pecador perdoado (v. 15).
D - A reprovação do Senhor é manifesta no oferecimento de sacrifícios ao Senhor (v. 16).
E - O sacrifício de um espírito e coração quebrantados e compungidos satisfazem ao Senhor (v. 17).
V - A bondade do Senhor em aceitar sacrifícios de justiça e ofertas perante o Seu altar é manifestada na concessão de bênçãos à Sião e Jerusalém (vv. 18,19).
A - A bondade do Senhor está manifesta na concessão de bênçãos à Sião e Jerusalém (v. 18).
B - Deus se agrada de sacrifícios de justiça mediante o oferecimento de holocaustos e ofertas queimadas perante o Seu altar (v. 19).

3.2 Mensagem do Salmo
Segundo a compilação sintética deste salmo pode-se propor a seguinte mensagem para o mesmo:
“A misericórdia e benignidade do Senhor comprovadas no livramento dos pecados e na restauração do salmista com toda sua natureza pecaminosa exige a conscientização e confissão do seu pecado, manifestos no oferecimento sacrificial de um espírito e coração quebrantados que não se cansam de proclamar as glórias de um Deus que nunca deixa de abençoar Seus eleitos.”

3.3 Síntese Exegética
vv. 1,2 - O Pecado - Davi humilha-se perante o Senhor reconhecendo o seu pecado e pedindo para que Deus os apague segundo a Sua grande benignidade e misericórdia.
vv. 3-6 - O Reconhecimento - Davi reconhece a sua natureza pecaminosa e que o seu pecado infringi principalmente o caráter santo de Deus.
vv. 7-12 - A Purificação - Davi clama ao Senhor pela purificação dos seus pecados para que ele possa se regozijar no Senhor com um coração puro e um espírito inabalável, sustentado por um espírito voluntário.
vv. 13-17 - A Restauração - Davi se propõe a estar sendo usado pelo Senhor para estar proclamando as Suas glórias aos que não O conhecem, e assim estar se oferecendo como um sacrifício quebrantado ao Senhor.
vv. 18,19 - A Benção - Deus em Sua soberania e fidelidade às alianças feitas com Seu povo se mantém como um Deus imutável na concessão das bênçãos a este povo.

4 Administração dos Propósitos de Deus
O Salmo 51 apresenta brandamente as quatro linhas de ação divina, onde Deus se utiliza destes propósitos a fim de restaurar a Sua soberania mediada mesmo num momento delicado como o dos pecados do rei Davi.
Estas quatro linhas também podem ser encontradas e reforçadas através da análise do contexto histórico que se encontra em 2 Samuel 11-13.

4.1 O Decreto de Permitir o Mal
O pecado a que Davi está se referindo neste trecho diz respeito aos pecados relatados em 2 Samuel 11, onde ele adultera com Bate-Seba e manda assassinar Urias, o heteu.
Deus poderia ter intervindo nos acontecimentos, evitando assim tamanha desgraça porém optou por o não fazer.

4.2 A Promessa/Ação de Julgar o Mal
Como conseqüência dos pecados de Davi Deus em Seu caráter santo executa o juízo na vida dele, isto se pode constatar mediante a afirmação que o próprio Davi faz no v. 8: “Faz-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste.”
Os pecados de Davi estavam fazendo com que ele se consumisse com o passar do tempo ao ponto de já estar sentindo falta do próprio vigor.
O contexto de 2 Samuel 12,13 e 16 relata algumas conseqüências do pecado de Davi, como por exemplo: a morte do filho dele com Bate-Seba, o incesto de Amnom, filho de Davi, com sua irmã Tamar, o assassinato de Amnom por seu irmão Absalão e as muitas relações sexuais de Absalão com as concubinas de Davi.

4.3 Libertação do Juízo Para os/Pelos Eleitos
A maneira que o povo vétero-testamentário se utilizava para fazer a expiação dos seus pecados era através das ofertas, sacrifícios e holocaustos queimados ao Senhor. Porém Davi aqui apresenta uma nova metodologia a fim de agradar e se oferecer ao Senhor que são: o oferecimento de um espírito quebrantado e um coração compungido e contrito a Ele (v. 17).
Segundo as leis judaicas instituídas pelo Senhor aquele que cometesse adultério com a mulher de outrem certamente morreria, tanto ele quanto ela (Lv 20.10), sendo que no caso de Davi o Senhor o privou de tamanha condenação.
Outra maneira que Deus utiliza a fim de libertar Davi das condenações de seu pecado foi que Deus em Sua muita misericórdia ungi a Salomão, filho de Davi, como rei e sucessor de seu pai no reinado, resgatando assim a dignidade real da linhagem de Davi, e a vontade da construção do templo do Senhor.

4.4 O Decreto de Abençoar os Eleitos
A maneira que Deus utilizou para abençoar Davi foi a restauração da Sua vida e também do seu reinado, bem como o privilégio de fazer parte de sua linhagem o maior rei de todos os tempos, Jesus Cristo, o filho de Davi.

5 Teologia do Salmo 51
O Salmo 51 relata contribuições significativas para a formulação e apologia das doutrinas centrais da fé cristã, como por exemplo: teologia própria, pneumatologia, antropologia e hamartiologia.
Talvez a intenção pessoal de Davi não era apresentar uma contribuição direta ou apologia destas doutrinas como em muitos casos foi o objetivo do apóstolo Paulo. Porém há uma presente possibilidade de analisar teologicamente este salmo a respeito das doutrinas acima citadas.

5.1 Teologia Própria
Através deste salmo é possível identificar claramente alguns atributos pelos quais Deus se utiliza para se manifestar ao salmista.
Deus é Benigno - Deus mesmo frente à indignidade e pecado de Davi preserva o Seu caráter de !eD:sax:K (benignidade - v. 1), onde Ele permanece fiel ao Seu filho infiel. A palavra aqui utilizada, segundo a versão bíblica King James, pode ser traduzida com o mesmo significado da palavra desex:bU encontrada em Oséias 2.19 e traduzida por amor leal de Deus.
Deus é Misericordioso - Davi clama pelas !yemAxar (misericórdias - v. 1) do Senhor, sendo esta a base do perdão divino oferecido ao iníquo pecador.
Deus é Puro e Santo - Deus não tolera o pecado e de certo Davi tinha conhecimento desta faceta do caráter divino, pode-se constatar isso pela freqüente presença de verbos utilizados como purifica-me, lava-me e apaga (vv. 1,2 e 7). Dá-se a entender que Deus possui um caráter puro e santo, e de fato Ele os possui.
Deus é Justo - A partir do momento em que o Senhor identifica a presença de pecado na vida de um filho Seu Ele tem que executar juízo, pois a pureza e santidade divina não pode conviver com o pecado. E Davi estava sofrendo este juízo (“Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste.” - v. 8), além das conseqüências que ele sofre na seqüência de sua vida (2 Samuel 12,13 e 16).
Deus é Gracioso - Este aspecto do caráter divino está muito ligado à salvação que Ele oferece ao homem, onde Deus, em toda Sua grandeza e majestade, se dispõe a estar tomando o homem pelas mãos a fim de estar purificando e restaurando-o dos seus pecados. O que Davi deixa transparecer nesta passagem é que o Senhor já havia lhe oferecido esta salvação, porém, devido o seu pecado e suas conseqüências o salmista já não se alegrava e contemplava nesta posição de salvo (v. 12), talvez por se achar indigno de estar perante a santidade e pureza de Deus.

5.2 Pneumatologia
O Salmo 51 pouco apresenta e contribui para a formulação da doutrina do Espírito Santo. Porém baseando-se no versículo 11 pode-se apresentar algumas característica concernente à atuação do Espírito Santo no Antigo Testamento, como por exemplo:
A atuação era limitada:
* Na sua extensão;
* No seu propósito;
* No seu prazo;
* No seu efeito.
Davi de certo tinha consciência desta atuação do Espírito Santo e por isso pede para que o Santo Espírito de Deus não se retirasse da vida dele, a fim de que ele não viesse ter o mesmo fim que teve o seu antecessor no reinado quando o Espírito Santo se retirou a vida dele (1 Sm 16.14).

5.3 Antropologia
A antropologia expressa neste salmo está muito ligada à consciência do homem, à sua pecaminosidade, depravação total e sua carência por Deus.
Por diversas vezes o salmista fala a respeito da consciência que ele tem dos seus atos e atitudes, principalmente relacionada aos seus atos pecaminosos onde Deus o tornou conhecedor do bem e do mal (Gn 2.16).
No que diz respeito à pecaminosidade do homem o versículo 5 contribui fortemente para a formulação da teoria da depravação total do homem, onde ele carece totalmente da graça e redenção de Deus para assim tornar-se propício a estar na presença de Deus.
De acordo com esta pecaminosidade do ser humano o caráter santo de Deus não pode se conformar e nem aceitar este humano, e de certo Davi tinha consciência disso, pois ele pede para que Deus não o expulse da Sua presença.

5.4 Hamartiologia
O Salmo 51 apresenta a distinção do uso de três palavras diferentes relacionadas com o pecado porém com um mesmo objetivo, o de apresentar a pecaminosidade humana.

A primeira palavra é hatah, tendo como significado “errar, pecar, tornar-se culpado”[7] e é encontrada nos versículos 2,3,5 e 9.
A segunda palavra é awon que significa “iniquidade”[8] e ocorre nos versículos 2,5 e 9.
A terceira e última palavra é pesha que tem por significado “infração, transgressão”[9]. Esta palavra encontra-se nos versículos 1 e 3.
Todas estas três palavras juntas contribuem para a formulação da doutrina do pecado, tendo o seu ápice no versículo 5 declarando o clímax da atuação e presença do pecado no ser humano, ou seja, o relato da depravação total do ser humano decorrente dos seus pecados e das conseqüências do pecado original de Adão.

6 Aplicações
Olhando para a situação deste homem segundo o coração de Deus e vendo o que ele foi capaz de fazer eu passo a me sentir o maior de todos os pecadores, pois em toda a limitação que tenho em meu relacionamento intimo com o Senhor eu vejo o quanto eu estou vulnerável a todo o tipo de pecado, e sei que conforme passam-se os dias as pressões e tentações que o mundo nos oferecem vão crescendo e assim as probabilidades de ceder a estas tentações também.
Davi levou algum tempo para reconhecer o seu pecado publicamente e perante o Senhor, e isto posso notar que faz parte da natureza pecaminosa do ser humano pois a carne vive a hesitar em assumir a sua própria podridão, sendo assim a procrastinação em assumir o erro vai acontecendo e se tornando cada vez mais presente e freqüente, e as conseqüências deste pecado aumentando. Sabendo disso devo procurar identificar os meus pecados no momento em que eles acontecerem a fim de que a minha carnalidade não esteja arrumando mil e uma desculpas a fim de burlar minha consciência e assim não me arrepender destes pecados.
Sabendo que Deus não se cansa de novos começos devo estar ciente da necessidade em pedir perdão sempre que algum pecado vier a acontecer, a fim de que eu não esteja me acostumando com ele e assim venha a cometer pecados com conseqüências maiores e mais graves.
O que mais me marcou na vida de Davi foi o seu reconhecimento de que não podia ser expulso da presença de Deus, pois de certo morreria. Contextualizando isso hoje, em 1997 há uma tremenda necessidade de que pessoas realmente compromissadas e zelosas pelo nome Senhor não estejam se acomodando com a sua posição de salvo a fim de que outras pessoas possam estar se espelhando nesta pessoa que busca o desenvolvimento da sua salvação, para assim estar se sentindo motiva a seguir também os justos e retos caminhos do Senhor.

7 Conclusão
O Salmo 51 trata-se de uma clássica obra literária escrita por um dos maiores reis que o mundo já pode presenciar, Davi, o homem segundo o coração de Deus e em quem o Senhor se comprazia.
O estudo deste salmo foi de muita valia para mim pois pude ver que uma passagem bíblica não está limitada apenas ao contexto da sua época mas sim também nos dias de hoje, com o objetivo de estar servindo de base para a formulação da nossa fé cristã e como reconhecimento da soberania deste Deus que nunca desampara os Seus eleitos, mesmo que estes estejam passando por momentos de profunda depressão decorrente de seus pecados.
Graças a Deus que esta passagem está relata nas sagradas escrituras e com certeza ela serve de correção para muitos homens e mulheres de hoje que estão passando pelos mesmos sofrimentos que Davi passou.
Que o Espírito Santo de Deus esteja sempre a me conduzir nos estudos da vida de grandes homens que se tornaram pequenos na presença da majestade e santidade do Senhor.


Bibliografia Consultada
A BÍBLIA HEBRAICA. versão Sttutgartensia. Alemanha, 1984
BROWN, Francis. The new hebrew and english lexicon. Peabody, Massachusetts: Hendrickson Publishers, 1979. 1118 pp.
ELLISEN, Stanley A.. Conheça melhor o antigo testamento. Deerfield, Flórida: Vida, 1991. 371 pp. - Traduzido por Emma Anders de Sousa Lima
PFFEIFER, Charles F.. Comentário bíblico moody. Vol. 2. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1985 - Traduzido por Yolanda M. Krievin
HALLEY, H. H.. Manual bíblico. São Paulo: Vida Nova, 1983. 765 pp. - Traduzido por David A. de Mendonça
HORREL, J. Scott. Apostila de teologia sistemática 1 e 2. 4ª ed.. São Paulo: Produzido pelo Seminário Bíblico Palavra da Vida, 1990. 138 pp.
KIDNER, Derek. Salmos 1-72: introdução e comentário. 1ª ed.. São Paulo: Mundo Cristão, 1980. 280 pp. - Traduzido por Gordon Chown
KISRT, Nelson. Dicionário hebraico-português e aramaico-português. 3ª ed.. São Leopoldo: Sinodal, 1991
MEARS, Henrietta C.. Estudo panorâmico da bíblia. Deerfield, Flórida: Vida, 1982. 576 pp. - Traduzido por Walter Kaschel
PINTO, Carlos Oswaldo Cardoso. Apostila de teologia bíblica do antigo testamento. Atibaia: SBPV, 1997. 143 pp.
RYRIE, Charles Caldwell. A bíblia anotada. São Paulo: Mundo Cristão, 1991 1835 pp. - Traduzido por Carlos Oswaldo Cardoso Pinto (notas e material adicional)
SCHMIDT, Werner H. Introdução ao antigo testamento. São Leopoldo: Sinodal, 1994. 395 pp. - Traduzido por Annemarie Höhn
SOCIEDADE BÍBLICA BRASILEIRA. A bíblia sagrada - versão almeida, revista e atualizada. Brasília - DF, 1988. 1442 pp.
YATES, Kyle M.. Como agradecer a Deus: estudo no livro dos salmos. 3ª ed.. Rio de Janeiro: Juerp, 1983. 134 pp. - Traduzido por Rev. Waldemar W. Wey
[1] DAVIDSON, F. (Editor). O novo comentário da bíblia. 1ª Ed.. São Paulo: Vida Nova, 1954. p. 543
[2] Idem.
[3] Junto com o Salmo 51 encontram-se também outros salmos penitenciais como os salmos 6, 32, 38, 102, 130 e 143, sendo porém o Salmo 51 o que apresenta o maior grau de penitência dentre todos estes citados.
[4] FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª ed. Rio de Janeiro: Fronteira, 1986. p. 1302
[5] SCHMIDT, Werner H. Introdução ao antigo testamento. São Leopoldo: Sinodal, 1994. p. 290
[6] ELLISEN, Stanley A.. Conheça melhor o antigo testamento. Deerfield, Flórida: Vida, 1991. p. 173
[7] Horrel, J. Scott. Apostila de teologia sistemática 1 e 2. 4ª ed.. São Paulo: Produzido pelo Seminário Bíblico Palavra da Vida, 1990. p. 38
[8] Idem.
[9] Idem.

Reflexões sobre o Pastoreamento

Ezequiel 34

Nesses tempos de grande crescimento numérico uma coisa deveria ocupar a nossa mente: como fazer para pastorear efetivamente esse povo que chega?
Podemos correr para formar homens que vão atrás das ovelhas e que cumpram um papel de assistência ao povo sem preocupar com algumas coisas fundamentais.
Precisamos de homens que nos ajudem a manter as pessoas na igreja, é verdade, mas que tipo de homens estamos formando?
Podemos estar formando servos fiéis sem, contudo ensiná-los a ser pessoas que estejam constantemente diante do Senhor, como filhos amados, como uma noiva dedicada ao noivo.
Podemos estar gerando servos e não pessoas de relacionamento, como um filho é com o Pai.
Paulo explica para nós qual é a sua meta no seu trabalho pastoral:

"Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo." (2CO 11:2)

O povo que Paulo preparava não era simplesmente servos, mas pessoas comparadas a noiva, virgem pura para um marido, e isso fala de relacionamento e não de serviço.
O que devemos fazer é formar obreiros cuja prioridade maior seja o estar diante de Deus e não o fazer coisas para o Senhor. No juízo o que vai importar não são as coisas que fizemos, e sim se ele nos conheceu.

"Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?"
"E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai‑vos de mim, vós que praticais a iniqüidade." (MT 7:22,23)

Precisamos mudar, urgentemente, o foco do nosso trabalho. Ao invés de formar servos, devemos formar pessoas de relacionamento com o Senhor. Essa é Sua ênfase.

"E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar," (MC 3:14)

Por causa da pressa em formar trabalhadores e por causa da pressão do crescimento não pastoreamos como devemos fazer e isso cria um rebanho adolescente, no sentido de que pode adoecer. Depois de um tempo passamos a exercer um ministério de crise. Isto é, pastoreamos no prejuízo. Explicando, o nosso ministério passa a ser o de correr atrás de pessoas que estão se esfriando, se afastando ou que se perderam.
Existe uma forma de pastoreamento sem ser essa?

O livro de Ezequiel, capítulo 34, mostra o Senhor como um pastor preocupado com seu rebanho na mão de pastores que não cuidavam bem do rebanho. Nesse capítulo ele diz como iria pastorear o rebanho.

Algo que deve ser notado é que o Senhor se refere ao rebanho como seu 14 vezes. Isso deve ser visto não como força de expressão, mas como uma afirmação de Deus de que o rebanho não pertence aos pastores, mas ao Senhor, portanto a forma de cuidar deve ser de acordo com a forma de Deus cuidar.

O capitulo pode ser dividido em três partes básicas:

1 - do versículo 1 até o 10 - Juízo contra os maus pastores
2 - do versículo 11 até o 16 - O pastoreamento do verdadeiro pastor
3 - do 17 até o 31 - juízo e promessas.
Na primeira parte ele fala contra os pastores que degolavam o cevado, vestiam-se da lã, comiam a gordura, mas não apascentavam as ovelhas.

O JUÍZO
O problema não era o que faziam com o rebanho, mas o que não faziam, e o normal é que o trabalhador receba por aquilo que faz. Paulo diz que o que planta espera usufruir dos frutos.
Aqueles pastores não pastoreavam, mas comiam do rebanho.

"Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas? Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.
As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza." (EZ 34:2‑4)

O texto fala de ovelhas fracas, doentes, quebradas, desgarradas e perdidas. Num primeiro momento entendemos que são situações nas quais estão diversas ovelhas. Mas, poríamos pensar também que pode ser graus, ou estágios possíveis da vida de uma ovelha.
Ou seja, uma ovelha fraca é aquela que está suscetível às doenças. Ela pode, por causa de sua fraqueza, ou debilidade, se tornar doente.
Uma ovelha que está num estado de doença, isto é, um estado continuado ou crônico, pode entrar nua situação de quebra ou trauma psicológico.
A tendência dessa ovelha é se fechar, se recolher em si mesma, tornando-se arredia, mesmo dentro do rebanho, (ou nas reuniões) desgarrando-se do convívio das outras ovelhas, repito, ainda participando de reuniões. É aquele tipo de situação em que percebemos o recolhimento, ou afastamento, da pessoa e quando lhe perguntamos como está ela responde com monossílabos.
Perdida! Esse é o último estágio, quando a ovelha se afasta fisicamente do rebanho.

Infelizmente, a maior parte do nosso trabalho é correr atrás de ovelhas que se perderam, e isso é o que o Senhor quer também. Ele disse aos seus discípulos que fossem atrás das ovelhas perdidas da casa de Israel.
Mas, não é o caso de mudarmos a nossa abordagem, trabalhando nas ovelhas de tal forma que não fiquem fracas e assim passem por todo um desencadeamento de problemas?
Precisamos entender que, se fortalecermos a fraca ela não adoecerá, não se quebrará, não se desgarrará e não se perderá.

O pastoreamento do Senhor
"Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e livrá‑las‑ei de todos os lugares por onde andam espalhadas, no dia nublado e de escuridão. E tirá‑las‑ei dos povos, e as congregarei dos países, e as trarei à sua própria terra, e as apascentarei nos montes de Israel, junto aos rios, e em todas as habitações da terra." (EZ 34:12,13)

Se existe uma palavra de juízo contar os pastores que pastoreiam mal, e se nós queremos pastorear da forma que Deus pastoreia, devemos prestar atenção no trabalho que Ele disso que iria realizar.
Ele disse que iria introduzir o povo na sua própria terra, pastorear nos montes de Israel, junto às correntes das águas e nos lugares habitados.

Sua própria terra
Entendo que a primeira coisa se refere a levar o povo para uma situação de estabilidade quanto a moradia. O povo não mais seria nômade, vagando de um lado para o outro, mas estaria no seu próprio lugar.
Uma situação que causa fadiga é o fato de não estarmos em nosso lugar, não pertencermos ao lugar onde estamos, numa situação de coisa provisória, de momento passageiro, estar no meio de um povo sem pertencer a ele.
O escritor aos Hebreus nos exorta "... a não deixar a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando‑nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia." (HB 10:25)
A palavra congregação não se refere a uma reunião, mas a rebanho. O termo significa ser da mesma grei. Pertencer a um rebanho.
Um fator que trás tranqüilidade a alguém é estar no meio de seu povo, de sua família. A ovelha precisa se sentir em meio à sua família. O próprio Senhor disse que faria com que o solitário habitasse em família.
Congregar, portanto, não é participar de reuniões e sim pertencer a um rebanho.
O Senhor não nos fez para estarmos em solidão, pois, quem anda em solidão busca seu próprio interesse e insurge contra a verdadeira sabedoria. E ele disse que não é bom que o homem esteja só.
O bom pastoreamento deve visar, entre outras coisas, que as ovelhas tenham o sentimento e a vida de corpo, onde ela sinta que pertence a um povo e sente que tem família.

Montes de Israel
Na história de Israel existem alguns montes que se tornaram símbolos de experiências vividas com Deus e são figura de relacionamento ou acontecimentos.
Quando nos referimos a um desses montes estamos, na realidade, nos referindo à experiência, ou a um fato acontecido ali.
Só para mencionar alguns: Abarim (Nm 27:12); Ararat (Gn 8:4); Basã (Sl 68:15); Betel ( 1Sm13:2); Carmelo (1Rs 18:19); Oliveiras (Mt 21:1); Ebal (Dt 11:29); Efraim (Js 17:15); Gileade (Gn 31:21); Grizim (Dt 11:29); Gilboa (1Sm 28:4); Hermon (Dt 3:8); Hor (Nm 20:22); Horebe (Ex 3:1); Líbano (3:25); Mizar (Sl 42:6); Moriá (Gn 22:2); Nebo (Dt 32:49); Pisga (Nm 21:20); Seir (Gn 14:6); Sinai (Ex 16:1); Sião (2Sm5:7); Tabor (Jz 4:6).

O que podemos aprender com a frase Apastorear nos Montes de Israel@ é que o Senhor vai nos levar a ter as experiências parecidas, ou iguais, às que o povo Hebreu teve nesses montes.

Desses montes podemos separar alguns, que considero de importância capital na vida do povo de Deus, sobre os quais o povo vai ser pastoreado:

1 - Moriá - Lugar da prova - Vida de renuncia, e entrega total ao Senhor. Uma vida de discipulado, seguindo a Jesus sem medir as conseqüências.

2 - Horebe - Revelação de Deus - A ovelha precisa conhecer ao Senhor. Jesus chama isso de vida eterna. A revelação da pessoa de Deus é a base para toda a nossa vida cristã. Se não conhecemos a Deus somos meros religiosos. Conhecemos a forma, sem o conteúdo.

3 - Sinai - Revelação da Lei - A palavra de Deus é a espada do Espírito. Isso significa que é a nossa arma na nossa luta contra o pecado, o mundo e Satanás, e é também o instrumento do Espírito de Deus para abrir-nos até as nossas profundezas. Para cortar aquilo que deve ser cortado.
A palavra é a lâmpada e luz que nos guia, purifica, exorta, consola, salva, cura, limpa, corrige, educa, edifica, disciplina.

4 - Calvário - Revelação de Cristo e identificação na Sua morte - A nossa vida deve estar unida à de Cristo em sua cruz se quisermos ter vitória sobre a nossa velha natureza. A cruz de Cristo é o lugar onde o cristão encontra a justificação de seus pecados e a libertação de todo jugo.

5 - Sião - Revelação da igreja, do corpo de Cristo - A primeira revelação que Paulo teve foi da pessoas de jesus Cristo ligado à Sua igreja. ASou Jesus a quem tu persegues@. Nessa frase Paulo percebeu a indivisibilidade do Senhor e do Seu corpo.
Para congregar, cooperar, estar ligado, a ovelha precisa discernir o corpo de Cristo. A falta de discernimento produz fraquezas e doenças no meio do rebanho.
"Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do SENHOR. Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem." (1CO 11:29, 30)

Por outro lado, um rebanho saudável, é aquele que, na graça do Espírito Santo, faz fluir os dons e os ministérios do Senhor trazendo cura, libertação e vida para cada membro.

Junto às correntes
Outro lugar no qual o Senhor vai pastorear o seu povo é junto às correntes. O Salmo 46 fala que há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus. No próprio livro de Ezequiel, no capítulo 47 o Senhor fala das águas purificadoras.
Jesus disse que quem cresse nele, rios de água viva fluiriam de seu interior, como dizem as escrituras.
Essas águas são figuras de uma vida no poder Espírito Santo.
O povo de Deus precisa ser levado a uma vida fluente no Espírito Santo.
Temos dois extremos: ou levamos o povo a um fanatismo místico, onde todas as coisas são espiritualizadas, ou levamos o povo a uma vida intelectualizada, baseada nas Escrituras sem revelação.
Jesus disse que os fariseus erravam por não conhecerem as ESCRITURAS e o PODER de Deus. Paulo aconselha a Timóteo a não tomar somente água, mas mistura-la com vinho por causa da sua doença de estômago.
Não podemos abrir mão das escrituras ou da vida mística no Espirito Santo.
Precisamos, hoje, mais do que nunca uma vida dirigida pelo Espírito de Deus. Ele é quem vai nos capacitar, habilitar, conduzir e instruir. A graça de Jesus é transmitida pela pessoa do Espírito Santo hoje.
Jesus falou que o Espirito Santo iria nos guiar a toda a verdade, iria nos fazer conhecer ao Pai e iria nos guiar em tudo o que necessitássemos.
A Igreja hoje precisa passar, novamente por um despertamento pelo Espírito Santo para voltar à prática das boas obras e ter uma ida santa.

Lugares Habitados
O pastoreamento do Senhor leva a Igreja a uma vida de comunhão e companheirismo.
Uma igreja dirigida pelo Espírito Santo é uma Igreja ajustada, consolidada, que auxiliada por todas as juntas na justa cooperação de cada parte, vai efetuando seu crescimento para edificação de se mesma em amor.
Um tipo de vida desse produz bênção, e não >somente= bênção, mas VIDA para sempre.
A igreja pastoreada pelo Senhor é uma congregação onde os seus membros vivem em família e a individualidade coopera com o todo, e onde o individualismo é banido.
O povo de Deus, pastoreado por Deus, vive em comunhão e não anda sozinho. Não se insurge contra a verdadeira sabedoria nem busca seu próprio interesse.
Cada um se alegra com aquele que alegra e chora com o que chora.
O Espírito Santo leva as pessoas a se ajudarem comprometidas umas com as outras.
A comunidade que vivia em Jerusalém era um povo cujo coração e alma era um só. Isso é viver em lugares habitados.

A Proposta
Se compreendemos que essa é a forma de Jesus , o Sumo Pastor, pastorear seu povo, devemos aprender com ele para que não entremos no juízo dos próximos versículos.
Precisamos aprender a exercer um pastorado onde não somente corramos atrás daquela que se perdeu, mas que não deixemos enfraquecer nenhuma ovelha.
Para isso precisamos cuidar de poucas ovelhas, levando-as a uma comunhão plena com o Pai, pois somente isso pode fortalecer alguém.
A Palavra nos ensina que a alegria do Senhor é a nossa força, ainda que alguns queiram inverter isso.

"... porque a alegria do SENHOR é a vossa força." (NE 8:10)
A nossa responsabilidade é alegrar o coração de Deus acima de tudo. Se O amamos isso se tornará prazeroso.
Se amamos ao Senhor vamos querer passar o maior tempo possível em Sua presença, conversando e ouvindo a Sua voz.
Se alegramos o coração de Deus ele nos dará a força necessária para executarmos Sua vontade e, mais que isso, ser o que Ele deseja que sejamos.

Os que estamos envolvidos com o cuidado do povo precisamos adquirir a mentalidade de amigo do Noivo, para ensinarmos a esse povo a se relacionar com Ele. Isto é tão sério que Jesus chama de VIDA ETERNA: o conhecimento de Deus.

"E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste." (JO 17:3)

O conhecimento referido por Jesus não fala de uma mera consciência, mas de uma experiência com o Senhor. Expressando melhor a idéia, Jesus disse àqueles que fizeram algumas coisas em Seu nome que se afastassem pois o Ele não os conhecia.
Será que existe algum ser vivo na face da terra que passa desapercebido dos olhos do Senhor?
Então, compreendemos que o conhecimento aqui é mais que uma visão ou um encontro fortuito, mas um relacionamento íntimo de duas pessoas que se amam.

Precisamos, sob pena de sermos julgados por Deus, levar seu povo a conhecer ao Senhor e prosseguir em conhecê-Lo.
"Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai‑vos de mim, vós que praticais a iniqüidade." (MT 7:22,23)

Aqui percebemos a grande diferença em fazer e ser; em trabalhar para o Senhor e trabalhar com Ele; em estar com Ele e servir.
Não é que seja errado ser servo do Senhor, mas o servo não fica para sempre na casa.
A serva cuida de tudo na casa, mas o deitar com o Senhor da casa lhe é vedado. Somente a esposa tem esse privilégio, segundo palavras do nosso amado Paulo Júnior.
A nossa atitude diante do Senhor Supremo é de grande humilhação, e ele nos chama para sermos seus amigos, filhos e esposa.
Chegamos diante dele como servos e ele nos chama para tomar assento com ele na Sua mesa.
Precisamos ser uma Igreja de amigos de Deus, para isso devemos buscar conhecê-lo intimamente, andar com ele e acima de tudo ama-lo de toda a nossa força, de toda a nossa alma, e de todo nosso entendimento.

Jamê Nobre
Pensamentos vindos ao longo de alguns anos.
Jundiaí, Dez/00

HOMILÉTICA

INTRODUÇÃO A MATÉRIA

HOMILÉTICA:

É a arte de pregação. Pregar é comunicar a verdade através da personalidade. A pregação é a comunicação verbal da revelação de Deus, feita por um homem aos homens com o fim de persuadi-los
a fazer a vontade de Deus.

Sua etimologia: Homilética e homilia vêm da palavra grega 'HOMILEO", que significa: falar, praticar.
Seu sentido técnico: Homilética é o estudo que trata da preparação de sermões bíblicos e sua comunicação oral.
O equivalente a Homilética no campo secular seria "Retórica"
Homilia significa sermão, prática ou discurso religioso.

PREGAÇÃO:
Seu sentido prático: A nota preponderante da pregação deverá ser o kerigma; porem com a prática, especialmente no kerigma da edificação, o kerigma vai acompanhado da didaké (Ensino, mandamentos que revelam a vontade de Deus, e apelam a obediência)
O exemplo da agulha e do fio, a locomotiva e dos vagões. Na pregação se podem encontrar estes 3 aspectos:
Conteúdo kerigmático
Conteúdo didáktico
Conteúdo pastoral (que aplica ao Conteúdo do anterior a situação concreta e contextual de seus ouvintes.)
Jesus e os apóstolos pregavam (kerigma) e ensinavam (didaké). Nos evangelhos e nas epístolas encontramos estes dois elementos. Em uma pregação geralmente aparecem os 2 elementos; quando a nota dominante é a didaké, seria mais um ensino que uma proclamação.

A PREGAÇÃO É COMUNICAÇÃO:
O meio da comunicação é a palavra. A pregação não deve ser mera palavra, nem palavras persuasi­vas de humana sabedoria (retórica), senão PALAVRA DE DEUS, e se o que comunicamos é Palavra de Deus, e essa palavra é ESPÍRITO - VIDA -LUZ - CRISTO - DEUS, que chega aos homens e opera nos que a aceitam.

CARACTERÍSTICAS DE UM SERMÃO OU MENSAGEM:

- Bíblica
- Teológicamente correta
- Cristocêntrica
- Evangélica (comunica boas notícias)
- Espiritual (não somente letra ou palavras senão espírito)
- Atual e pertinente (que responda as necessidades do momento)
- Profética (o que o Senhor quer dizer aqui e agora)

QUALIDADE PESSOAIS QUE O PREGADOR DEVE CULTIVAR:

Qualidades espirituais
- Estatura espiritual e santidade
- Devoção á Deus
- Vocação
- Unção do Espírito Santo e fervor espiritual
- Sensibilidade espiritual
- Conhecimento de Deus e de Sua Palavra
- Autoridade espiritual
- Humildade

Qualidades intelectuais
- Conhecimento das Sagradas Escrituras
- Conhecimento teológico
- Gramática da língua portuguesa
- Cultura geral
- Atualização de acontecimentos sociais

Qualidades psico-emocionais:
- Liberação de tensões, ansiedade, raivas, etc.
- Consciência limpa
- Equilíbrio e saúde emocional
- Domínio próprio
- Sensatez e sentido comum
- Objetividade

Qualidades mentais ou carismas de comunicação:
- Raciocínio claro
- Pensamento ordenado
- Vigorosa imaginação
- Capacidade de sentir, de comover-se
- Capacidade de expressão
- Poder de enunciação

Qualidades físicas:
- Boa saúde
- Boa voz
- Boa dicção
- Boa expressão gestual

Algumas qualidade são dons naturais, outras são dons espirituais ou carismas dados por Deus A vezes são uma combinação de ambas as coi­sas.
Todos podemos e devemos melhorar e desenvolver nossas qualidades e capacidades mediante estudo, a aprendizagem, o exercício , a experiência, a disciplina, a oração e a dependência de Deus.

MATERIAIS ÚTEIS PARA O PREGADOR:
1) Bíblias, várias versões, Bíblia de estudo com referência, no­tas e mapas, etc.
2) Concordância completa.
3) Dicionário bíblico ou Enciclopédia Bíblica.
4) Comentários exegéticos da Bíblia.
5) Dicionário da língua portuguesa.

Outros materiais
1) Livros sobre os temas a desenvolver
2) Revistas ou artigos que tratam do tema.
3) Arquivos de materiais

O LIVRO QUE UM PREGADOR DEVE ESTUDAR:
AS SAGRADAS ESCRITURAS: Antigo e Novo Testamento mediante a leitura diária, estudo e cursos bíblicos.

HOMILÉTICA TEMA 2

I) A INSPIRAÇÃO OU A RECEPÇÃO DA MENSAGEM.
(OU COMO DETERMINAMOS O QUE PREGAR)

A) O QUE PREGAR:

O pregador deve estar convencido que tem uma mensagem de par­te de Deus para comunicar aos homens. Se não tem esta segu­rança será débil sua pregação.

1) Deus nos falou por Cristo, Ele é a revelação de Deus para todos os homens de todos o tempo, a palavra universal e eterna de Deus. De modo que com certeza podemos afirmar que a mensagem de Deus para os homens já o temos recebido Devemos PREGAR todo o conselho de Deus.

2) Obviamente, como todo o conselho de Deus não se pode dar em uma só ocasião, cabe perguntar-nos: que parte de todo o conselho devemos dar em cada ocasião que tivermos que PREGAR?

3) O adoutrinamento nos grupos caseiros, ou no discipulado se especializa mais em um ensino progressivo e gradual de todo o conselho de Deus. Não tem uma ordem rigorosa, mas um senti­do de direção até o completo conselho de Deus. Isto deve ser feito com graça, liberdade, e flexibilidade de acordo as necessidades e vivência do grupo de discípulos.

4) Nas circunstâncias concretas dos ouvintes, nosso Deus, vivo e presente na reunião, quer dar uma palavra per­tinente as necessidades específicas que os receptores da mensagem tem. Para eles o pregador necessita da inspiração de Deus.

B) A ASPIRAÇÃO QUE TODO PREGADOR DEVE TER:

1) Receber por inspiração uma mensagem de Deus. Sua oração e clamor é o que vai dizer seja o que Deus quiser dizer a esse auditório ou congregação nesta oportunidade específica.

2) Comunicar essa mensagem com clareza, fidelidade e unção.

3) Que os receptores da palavra sejam iluminados pelo E.S. e persuadidos a fazer a vontade de Deus.

C) EXEMPLOS BÍBLICOS DE PREGAÇÕES INSPIRADOS PARA UM AUDITÓRIO ESPECÍFICO EM UMA CIRCUNSTÂNCIA CONCRETA:

- Pedro em Jerusalém. Atos 2:14-40
- Estevão ante o Concílio. Atos 7
- Pedro na casa de Cornélio. Atos 10:34-44
- Paulo em Antioquia de Pisidia. Atos 13:14-41
- Paulo em Atenas. Atos 17:22-34
- Paulo e os anciãos de Eféso. Atos 20:17-37

Os 5 primeiros são o kerigma de evangelização dado por inspiração de modos diversos segundo o auditório.

D) A NECESSIDADE DE INSPIRAÇÃO OU REVELAÇÃO:

1) Cristo promete que será uma obra do E.S.:
João 14:26, "ensinará, recordará".
João 16:13-15, "guiará a toda verdade, os fará saber".
Primeiro foram ensinados por Cristo (COMUNICAÇÃO NATURAL)
Logo o E.S. ensinaria e recordaria (COMUNICAÇÃO SOBRENATURAL)

2) Paulo disse em 1 Cor. 14:1 "...sobre tudo que profetizeis". Ainda no contexto se refere as operações dos dons do E.S., creio que o princípio se estende a todo aquele que prega. Todo pregador deve procurar que a essência ,a medula da sua mensagem tenha um conteúdo profé­tico. Sua pergunta deve ser: Senhor que quer dizer a estas pessoas reunidas ?

3) Paulo em Ef. 1:15-19 pede revelação para os destinatários de sua carta.

E) EM QUE SITUAÇÕES PODE-SE RECEBER UMA INSPIRAÇÃO OU UMA MENSAGEM DE DEUS

Aclaração previa: Em muitas poucas ocasiões pode-se receber uma mensagem já desenvolvida da parte de Deus. Geralmente a inspiração pode ser um pensamento, uma carga, ou uma palavra breve que Deus nos dá; logo pela reflexão, a meditação, a oração, o estudo bíblico sobre o tema, se vai desenvolvendo em nós. Geralmente Deus nos dá uma semente a qual devemos regar para que se desenvolva e cresça e logo prega-la. A meditação, o estudo, e a oração nos ajudarão a uma melhor e mais profunda compreensão do tema, isto gerará uma maior inspiração. Meditando e orando sobre o revelado virá mais revelação e assim sucessivamente.

1) O estar em contato com Deus e Sua palavra.

- Lendo e meditando na Sua Palavra.
- Em tempos de oração com Deus, ouvindo Sua voz.
- Repentinamente recebendo uma palavra de Deus.
- Revelação ou compreensão clara em momentos de contem­plação e adoração.
Carga que vem do Senhor em tempos de intercessão por Sua Igreja ou por algum grupo.(cuidado com o Espírito do acusador) .
- Pela operação dos dons do E.S., pelos dons de revelação e inspiração.
- Por visões e sonhos.
- Uma fonte de grande inspiração é crer a visão que Deus tem de Sua Igreja.
- Por crer e proclamar com unção e louvor as verdades de Deus.
- Por “orar a palavra". Ler 1 ou 2 capítulos da Bíblia devocionalmente e sublinhando; logo orar com os olhos e a Bíblia aberta de acordo com o sublinhado.

Façamos anotações do que Deus nos dá em algum caderno, para logo seguir estudando, meditando e desenvolvendo sobre o recebido.

2) O estar em contato com irmãos.

- Por conhecer a nós mesmo e a outros irmãos temos conhecimento das debilidades humanas e suas necessidades.
- Pelas necessidades espirituais que percebemos na congregação. O que está faltando e percebemos que é o momento.
- Por discernir as mentiras do diabo nas mentes das pessoas.
- Por ser sensível aos que sofrem, aos que tem conflitos, lutas, dúvidas, provas, cargas, etc.
- Por conhecer pensamento dominante na sociedade que nos rodeia: Atitudes, estilos de vida, filosofias, ideologias, etc.
- Por conhecer os conflitos das pessoas quando nos toca ministrar-lhes e aconselha-los pessoalmente. Suas debi­lidades, fracassos, pecados, inquietudes, carências, etc.


3) O estar em contato com outros obreiros.

- O orar com outros.
- O escutar a outros PREGAR.
- O falar, compartilhar, discutir, estudar com outros.
- O ler em livros ou artigos os que outros escreveram.

4) Outras fontes de inspiração.

- A observação da natureza.
- As histórias do Antigo e Novo Testamento.
- Biografia de personagens bíblicos.
- Biografia e o exemplo de homens de Deus.
- Os irmãos que são mais crescidos que eu.
- Experiências e observações da vida real.

F) A "INSPIRAÇÃO" DEVE SER JULGADA:

" assim os profetas, falem dois ou três e os demais julguem" 1 Cor 14:29

- Toda "inspiração" deve estar de acordo as Sagradas Escrituras em seu conjunto em forma absoluta.
- Toda "inspiração" deve ser examinada por outros servos de Deus.
- Também deve passar pela prova do ministério do novo pacto:
É somente letra que mata ou há um espírito que dá vida?
Somente apresenta o problema o propõe uma solução?
É ministério de condenação ou de edificação?

G) DIFERENTES SITUAÇÕES DE PREGAÇÃO:

1) Tema livre, a escolher pelo pregador.
2) Tema sugerido por ele o pelos que o convidaram.
3) Tema predeterminado por outro/s.
4) Tema estudado em conjunto.
5) Tema para ocasiões especiais: Casamento, velório, ordenações, etc.

HOMILÉTICA TEMA 3
II) A PREPARAÇÃO DO SERMÃO.
O PROPÓSITO DEFINIDO DO SERMÃO.

A) A IMPORTÂNCIA DE TER UM PROPÓSITO:

Cada sermão deve ter em vista uma meta clara, um propósito definido, um objetivo específico. A determinação do propósito é o primeiro passo, não a preparação de um sermão. Na preparação de uma mensagem determinar o propósito é o mais importante pelas seguintes razões:

1) Porque toda mensagem requer um para que. Se não se sabe a finalidade que se persegue, está destinado a fracassar. É indispensável ter um alvo e apontar com precisão até ele.

2) Porque o sermão é um meio e não um fim. Não pregamos meramente para informar, ou ilustrar, nem para entreter, muito menos para fazer uma demonstração de nossos conhecimentos ou habilidades retóricas. Queremos conseguir um fim determinado .

3) Porque o propósito é um guia indispensável na prepa­ração do sermão. O propósito governa a escolha do texto bíblico, a formulação e o desenvolvimento do tema, ou como ordenar as divisões, que material incluir ou ex­cluir, o que enfatizar e como concluir. Tudo deve convergir até o objetivo ou fim.

4) Ademais, obriga a depender de Deus para conseguir esse fim, e esperar os frutos concretos. O que queremos obter Deus e eu com esta mensagem?
Exemplo: A palavra de Deus é como espada de dois fios. O dois fios da espada convergem em um ponto. Todo o sermão deverá ter um ponto específico sobre o qual faz pressão e quer entrar.

B) OS PROPÓSITOS GERAIS DA PREGAÇÃO:

1) Propósito evangelístico:

Aponta aos inconversos e seu fim é a conversão deles. Seu conteúdo é o kerigma da evangelização dado de acordo a situação e compreensão dos ouvintes. A linguagem usada, o estilo, as referências e a apresentação deverão estar ao nível de capacitação dos que se estão evangelizando. (Toda mensagem de evangelização é também edificante para os crentes) .

2) Propósito de Edificação:

Aponta aos crentes e seu fim é conseguir seu crescimento ou edificação nas diversas áreas de sua vida. Seu conteúdo principal é o kerigma de edificação e a didaké. Seu fim global é conseguir nos crentes a qualidade da vida de Cristo, tanto no caráter, como na conduta e serviço; e promover a unidade de todos os filhos de Deus aqui na terra para que o mundo creia.
Seu estilo principal deve ser a proclamação da verdade, o ensino, a instrução com os mandamentos, o alento, a exortação, e quando for necessário alguma pequena dose de admoestação e repreensão.
Sua ênfases principal pode variar. Ás vezes kerigmático, ás vezes didático, outras vezes inspiracional ou devocional, ou de consagração, ou de renovação, ou de correção ou mi­nistração as necessidades específicas, ou ministério de restauração, ou profético, ou pastoral (conselhos sobre situações contemporâneas não tratadas diretamente pela Bíblia) etc. .

C) QUALIDADES DE UM BOM PROPÓSITO ESPECÍFICO:

1) Deve surgir da carga espiritual ou da inspiração que Deus tenha dado ao pregador.
Se tem uma carga ou uma inspiração e não se tem ainda claro o propósito específico, tem que seguir orando e me­ditando. "Senhor qual é o propósito específico desta carga ou inspiração? O que queres concretamente conseguir?" Devemos seguir nesta atitude até que o tenhamos bem claro .
2) Geralmente o sermão deve ter um só propósito para que seja eficaz.
3) Deve ser o suficientemente conciso para ser recordado.
4) Deve ser muito claro e preciso.
5) Deve ser formulado por escrito. Deve ser o suficientemente claro para que seja escrito.
6) Deve ser o suficientemente prático para que seja alcançado.

Exemplos de propósitos específicos:
a) Que cada irmão tenha o hábito de orar diariamente a sós.
b) Que perdoemos aos que tem nos ofendido.
c) Que paguemos com fé e alegria os dízimos ao Senhor


HOMILÉTICA TEMA 4

OS ELEMENTOS QUE COMPÕEM O SERMÃO

A) O TEXTO BÍBLICO:

O texto bíblico é aquela passagem das Escrituras, seja breve ou extenso, do qual o pregador extrai o tema de seu sermão.
Se o pregador não encontra um texto bíblico apropriado, para o que quer dizer, ou não conhece bem a Bíblia ou o que vai dizer, não tem apoio bíblico.

As vantagens de um texto bíblico: como base do sermão.

- Dá certa autoridade desde o princípio do sermão, demanda atenção, respeito e obediência.
- Realça o feito que estamos pregando a Palavra de Deus.
- Nos ajuda a nos enquadrarmos no tema e não divagar.
- Nos leva a que o desenvolvimento do tema consista principalmente na explicação, exposição, ilustração e aplicação do texto bíblico que por si só é inspirado por Deus.
- Ajuda aos ouvintes a recordar a trama da mensagem.
- Promove o conhecimento da Bíblia.
- É um caminho sempre mais seguro.

Considerações na escolha do texto bíblico.

- Que seja o mais apropriado de acordo o propósito definido.
- Deve ser o mais claro para desenvolver o tema na ênfase que queremos dar.
- Se deve evitar basear-se em passagens obscuras, ou em palavras ditas por seres não inspirados: Exemplo: Satanás, incrédulos, etc.
- Se deve evitar tirar o texto de seu contexto.
- Se deve evitar passagens que não nos resultem muito claro a nós mesmos .

B) INTERPRETAÇÃO DO TEXTO BÍBLICO:

Uma vez definido o texto bíblico a tarefa do pregador é fazer uma reta interpretação do texto. Interpretar e explicar fielmente a passagem bíblica é um dos mais sagrados deveres do pregador.

Principais causas de erro na interpretação de uma passagem:

- Desconhecer o correto significado das palavras.
- Desconhecer o significado teológico das palavras.
- Não compreender a construção gramatical do parágrafo ou frase.
- Por fazer literal o que é figurado ou alegórico.
- Por espiritualizar o que é literal.
- Por não comparar com outras passagens bíblicas paralelas.
- Por estender a alegoria ou metáfora alem da intenção do texto.

Breve regras para a correta interpretação

1) Interprete gramaticalmente. Utilize dicionário da língua portuguesa, dicionário bíblico, verifique em outras versões da Bíblia.
2) Interprete de acordo com o seu sentido lógico. Ás vezes a mesma palavra pode ter diferentes significados. EX: carne, mundo.
3) Interprete histórica e contextualmente. Estude o restante da passagem bíblica, nas circunstancias histó­ricas, geográficas, culturais.
4) Interprete de acordo com o restante da Bíblia. Utilize a Concordância Bíblica.
5) Interprete de acordo com o estilo literário devido: se é me­táfora, alegoria, parábola, literal, simbólico, etc. (Veremos mais a frente)

DIFERENTES MODOS OU MÉTODOS DE EXPLICAÇÃO OU EXPOSIÇÃO:

1) Narração:
É o método mais antigo de exposição, é interessante, e compreensível para todos; requer:
- Precisão de datas.
- Ordem nas seqüências.
- Boa imaginação (controlada) .
- Progressão de suspense até o clímax.
- Certa dramatização

2) Descrição:
Geralmente vai junto com a narração. Explica o cenário onde as coisas aconteceram, as circunstâncias, os personagens, os objetos, os lugares, os ambientes, a situação, etc.
É "ver" e reproduzir a cena para que os ouvintes também “ vejam ”.

3) Esclarecer termos e conceitos
Explicando seu significado gramatical, seu significado teológico-bíblico, seu significado prático. Emprego de paráfrases, amplia­ção. Emprego de sinônimos, antônimos, etc.

4) Análises: (gr. Analyo = desatar)
Descomposição de um todo para conhecer e estudar suas partes ou elementos constitutivos.
- Se pode submeter o tema a as 7 perguntas clássicas:
quem? o quê? quando? onde? Por quê? para quê? como?
- Se pode estudar as diversas partes explícitas ou implí­citas no texto.
- Nas analises de uma passagem bíblica como base do sermão:
a) Descobrir os aspectos principais do texto.
b) Dividir a passagem em parágrafos e extrair a idéia central de cada parágrafo.
c) Observar a reação das idéias entre si e seu ordenamento .
d) Descobrir as idéias secundarias que desenvolvem a idéia principal .

5) Sínteses:
Composição de um todo para a reunião de suas partes. É fundamental no desenvolvimento do sermão, em suas diversas partes e em sua totalidade. Para que os ouvintes não se percam em meio a muitas palavras, idéias e exemplos é necessário depois ou antes de explanarmos sinteti­zar, resumir para manter clara a idéia ou o ponto parcial ou total que se está expondo.

6) Linguagem figurada:
Tanto na pregação bíblica como na retórica se manejam muitos conceitos em linguagem figurada. Os principais são:

- Similar: comparação formal entre dois objetos, buscando im­pressionar com algo parecido. EX.: Isaias 55:10-11, Salmo 102:6
- Metáfora: comparação implícita. Forma de expressão mais breve e contundente que não tem um significado literal. EX: "Eu sou a porta" - "Jeová é o meu castelo" - "Sois o sal da terra" .
- Parábola: significa "colocar ao lado de", com o objetivo de comparar. A parábola está reduzida a coisas reais da vida humana e é mais desenvolvido que a similar. Tem um propósito de ocultar ou de revelar. Se devem usar na mesma intenção e propósito em que foram dados, sem querer comparar todos os aspectos da parábola.
- Alegoria: é uma metáfora estendida. Ex.: João 15 - Cristo a videira, o Pai é o agricultor, nós os ramos. Ef. 4 - Cristo a cabeça do Corpo, nós os mem­bros, unidos por conjunturas.
- Tipos: Quando existe algum ponto notável de semelhança ou de analogia entre dois personagens ou ações : Adão, Melquisedeque, Isaac, tipos de Cristo em distintos aspec­tos analógicos.
A saída de Egito como nossa redenção.
- Símbolos ou figuras: representam algum aspecto da realidade espiritual. Por ex.: o tabernáculo, o sangue dos sacrifícios, etc.

7) Ilustrações
Exemplificação e comparação.

D) ILUSTRAÇÕES:

Ilustrar segundo sua origem é clarear um assunto. A ilustração serve para explicar e fazer entender um tema ou uma idéia; serve para provar, para criar interesse, e para gravar as idéias.

Vantagens no uso das ilustrações:

1) A ilustração explica, deixa claro o assunto. Todos entendem com uma boa ilustração. É como mostrar praticamente o que estamos dizendo.
2) A ilustração aumenta o interesse dos ouvintes, (os que estavam dormindo se despertam com uma boa ilustração) e ajuda poderosamente a conservar a atenção.
3) A ilustração fortalece o argumento e ajuda a convencer.
4) A ilustração comove os sentimentos e coopera na persuasão.
5) A ilustração ajuda a memorizar, como nenhuma outra coisa. Muitos depois de vários dias somente se recordam dos exemplos ou ilustrações do sermão.
6) A ilustração deixa mais amena, e ágil a mensagem pa­ra os ouvintes.
7) A ilustração possibilita uma repetição efetiva de verdades importantes. Recordemos que a repetição é uma das leis fundamentais do ensino.

Qualidade de uma boa ilustração:

1) Deve ser compreensível para o auditório. Para isso é necessário que seja tomado dos elementos conhecidos dos ouvintes.

2) Deve ser pertinente ou apropriada. Tem que ter tudo a haver. Um exemplo ou ilustração que somente entretêm por mais interessante que seja somente vai distrair.

3) Deve ser gráfica. Deve apelar a imaginação. Visualizar o quadro e comunica-lo de tal modo que os ouvintes também cheguem a visualiza-lo.

4) Deve ser breve. Não deve estender-se alem do necessário.
Deve eliminar os detalhes que não vêm ao caso. Se é uma analogia será mais breve. Se é um relato poderá ocupar mais tempo, porém não mais do que o necessário.

5) Deve ser veraz. Deve-se eliminar os exageros e mentiras em relatos e testemunhos. Não se pode apresentar algum exemplo hipotético como se fosse real. Podemos trazer casos supostos ou hipotéticos mostrando que não são reais. O que dizemos deve ser digna de crédito.

6) Deve ser prudente. Não se deve nomear a terceiros e revelar suas confidencias pessoais, sobretudo quando sabemos que isto ofen­deria ou molestaria aos envolvidos.

7) Deve ser elegante e de bom gosto.

8) Deve glorificar a Cristo e não a nós. É legitimo trazer ilustrações de nossas experiências pessoais, mas devemos tomar cuidado de não nos apresentarmos como heróis em nossos relatos.

09) Geralmente deve ser escolhida e pensada previamente. As ilustrações improvisadas acabam não sendo muito apropriadas.

Diversas fontes de ilustrações:

- A natureza: a formiga, o sol, a videira, o rio, o corpo, etc.
- As Sagradas Escrituras: suas historias, relatos, metáforas, alegorias, exemplos, personagens, biografias, etc.
- As visões dadas por Deus.
- A historia da Igreja e das nações.
- As biografias.
- As experiências pessoais e de outros.
- Os acontecimentos contemporâneos: mundiais, nacionais. A nível político, social, econômico, policial, etc. (Jornais, TV, radio, etc.)
- O conhecimento das necessidade e dos problemas humanos.

Considerações gerais sobre as ilustrações:

a) As ilustrações podem ser usadas em qualquer parte do sermão segundo a necessidade.
b) As ilustrações tomadas da natureza, ou de objetos feitos pelo homem, ou da linguagem figurada da Bíblia, geralmente são mais apropriadas na explicação do texto bíblico , pois se utilizam mais como analogias (comparações) .
c) As ilustrações tomadas de biografias, experiências pessoais ou testemunhos são mais apropriadas na APLICAÇÃO DO TEXTO bíblico aos ouvinte.

E) APLICAÇÃO:

Considerações gerais:

1) Havendo explicado e desenvolvido a exposição do texto bíblico, o pregador deve mostrar aos ouvintes de que modo as verdades que se tem exposto são aplicáveis a suas vidas.
2) A ênfase principal da aplicação surgirá ou se determinará pela inspiração ou a carga profética.
3) A aplicação não é um apêndice do sermão senão a sua parte princi­pal; não necessariamente na extensão senão na intenção.
Spurgeon disse: "Onde começa a aplicação começa a mensagem".
4) Na exposição ou explicação falamos da passagem bíblica; mas na aplicação damos a mensagem aos ouvintes, nos dirigimos a eles, a sua situação, a sua necessidade; falamos de suas vidas, de sua conduta, de sua salvação ou crescimento. É por isso que a aplicação deve ser prática.
5) É preferível ir fazendo a aplicação prática em cada divi­são do sermão e não deixar tudo para o final.

Erros comuns na aplicação:
1) Ser vaga, abstrata ou impraticável.
2) Ser contraditória.
3) Ser negativa.

Requisitos para uma boa aplicação:

1) Deve ser clara, especifica, concreta, prática.
2) Deve ser positiva e não condenatória, deve enfocar não mera­mente o problema senão a solução.

3) Deve ser pertinente aos ouvintes, de acordo com a suas necessidades e nível espiritual .
4) Deve ser contextual de acordo as circunstâncias e cultura dos ouvintes
5) Deve alentar, animar, inspirar fé, mostrar que é possível median­te o poder de Cristo em nós.
6) Deve ser persuasiva. Deve persuadir, exortar, (Rom. 12:1 ; 2 Cor. 5:20)
7) Deve-se ir progredindo até o clímax. O clímax é o ponto cul­minante quando o ouvinte convencido, comovido e motivado pela Palavra de Deus rende sua vontade e sua vida ao Senhor.

RESUMO DO MATERIAL PARA UM SERMÃO.

Primeiro: A inspiração ou recepção da mensagem de Deus, ou carga espiritual .

Segundo: Determinação do propósito definido.

Terceiro: O resumo do material

Já assinalamos que os elementos ou materiais que compõem um sermão são:
A) O TEXTO BÍBLICO
B) A INTERPRETAÇÃO
C) A EXPLICAÇÃO OU EXPOSIÇÃO
D) AS ILUSTRAÇÕES
E) A APLICAÇÃO

Uma vez determinado o propósito do sermão, o passo seguinte é fazer é ajuntar o material sobre o tema que se vai a desenvolver.
Nesta etapa o importante é ANOTAR tudo o que venha sobre o tema: idéias, textos bíblicos, exemplos, comparação, pensamentos, aplicações, revelações, experiências Nestas etapas não interessa a ordem, pois estamos ajuntando tudo. Agora tem que reunir material dos cinco pontos assinalados:
A)B) C) D) E) .

Não é conveniente fazer isto em um só dia. É necessário preparar-se com mais tempo. Para estudar, meditar, orar, receber inspiração, encontrar exemplos e ilustrações. Reitero que nesta etapa o importante é ANOTAR. Estudar o texto e anotar. Buscar na concordância e anotar os textos mais adequados. Orar . Se nos ocorre algum exemplo ou ilustração, anotar. Se nos vêm idéias e pensamentos, ANOTAR. Deste modo iremos recopiando os materiais que logo ordenaremos para a preparação do sermão.

HOMILÉTICA TEMA 5

A ORDEM DO SERMÃO

Esta nova etapa na preparação de um sermão consiste em: elaborar um plano para o desenvolvimento do sermão, ou seja, organizar e ordenar o material, fazer as divisões principais, inter-relacionar as distintas partes, selecionar o material reunido, dar-lhe uma pro­gressão lógica e adequada, preparar uma introdução e uma conclusão; e escrever o esboço que servirá como guia para a pregação.

A) A IMPORTÂNCIA DA ORDEM

1) Desenvolver uma mensagem de um modo ordenado deixa mais compreensível a mensagem.
2) A boa ordem deixa a mensagem mais atrativa.
3) A boa ordem manterá a atenção dos ouvintes com mais facilidade.
4) A boa ordem permite recordar a mensagem com mais facilidade.
5) A boa ordem dá mais força a mensagem.
6) A boa ordem é também de grande importância para o pregador; e ajuda a evitar: omissões, repetições desnecessárias, “viajar” etc. Dá ao pregador uma idéia cabal do que quer dizer e o inspira e o estimula.

Convém aqui esclarecer que o mais importante de um sermão não é sua forma ou ordem senão seu conteúdo. Mas também é justo assinalar que um sermão com um bom conteúdo e uma boa ordem dará um im­pacto muito mais poderoso e duradouro na maioria. Por outro lado um sermão com uma ótima ordem e sem um bom conteúdo será ineficaz.

B) ASPECTOS QUE SE DEVEM OBSERVAR PARA CONSEGUIR UMA BOA ORDEM

1) A unidade do sermão: Ao ter o sermão um só objetivo es­pecífico, tudo o que se inclui nele deve servir de algum mo­do a alcançar o seu objetivo; e se deve excluir tudo o que não venha ao caso ou não contribua a alcançar o objetivo propos­to. Respeitar este princípio é fundamental para alcançar a uni­dade do sermão.
O pregador, igual a um arquiteto, havendo separado os materiais, deve construir uma estrutura de sustentação que da­rá unidade a seu sermão, na qual integrará todas as partes de sua pregação em um conjunto harmônico e coerente.

2) Organização do sermão: Ao ordenar os materiais separados e estruturar as distintas partes do sermão, não é suficiente coloca-los meramente numa ordem, senão dar-lhes a melhor ordem que possamos, de tal maneira que cada parte fique colocada no lugar onde possa ajudar melhor ao tema em seu conjunto. Para ele é necessário um plano geral para a organização de sermões e um bom critério para saber como faze-lo em cada caso particular.

As partes que compõem explicitamente o sermão são:
1) O texto bíblico.
2) O título ou tema.
3) A introdução.
4) O desenvolvimento do tema com suas divisões principais e subdivisões .
5) A conclusão.

Os dois elementos que determinam como organizar um sermão são:

1) O propósito definido.
2) A proposição.

3) Movimento progressivo do sermão: Este é o terceiro aspecto que se deve observar para conseguir uma boa ordem em um sermão. Isto significa que deve haver uma adequada progressão no pensamento do sermão desde o princípio até o fim, a qual será mais fácil levar aos ouvintes consigo a cada passo do ca­minho .
A ordem das divisões deve respeitar o movimento progressi­vo . Consideremos alguns princípios:
- Ir do conhecido ao desconhecido.
- Ir do simples ao complexo.
- Ir dos argumentos mais débeis aos mais fortes.
- As considerações negativas devem preceder as positivas.
- O abstrato deve preceder ao concreto.
- Primeiro o kerigma depois o didakê.
- Primeiro a explicação depois a aplicação.
- Ir do geral ao particular.
- Respeitar a ordem cronológica possível.
- Primeiro dirigir-se a mente mediante a instrução e a explicação, depois motivar os sentimentos e em terceiro lugar apelar a vontade.
- Primeiro despertar o interesse mediante perguntas, colocações conflituosas, manter certo suspense e logo dar as res­postas .

Estas não são regras fixas senão princípios, será bom respeita-los, mas não é necessário atar-se a eles. Estes princípios são aplicáveis a cada uma das partes como o sermão em seu con­junto para progredir até seu clímax.

C) O DESENVOLVIMENTO DO TEMA E SUAS DIVISÕES

Para conseguir um bom desenvolvimento do tema é muito útil e proveitoso dividir o sermão em várias partes principais e logo subdividir cada parte em vários sub-pontos. O rascunho feito com a variedade de elementos que compõem um sermão devem agora ser selecionados, agrupados e inter-relacionados em torno a vários pontos ou substitui-los os quais constituirão as divisões principais do sermão

Considerações sobre as divisões principais de um sermão:

1) As divisões principais devem manter entre si coordenação, harmonia, coerência e fluência para formar assim uma unidade lógica. Para isto devem ser formuladas de um modo semelhante, como ser:

Formulações interrogativas:
Exemplo:
TEMA: O PERDOAR
1) O QUE É PERDOAR?
2) POR QUE DEVEMOS PERDOAR?
3) COMO DEVEMOS PERDOAR?
4) QUANDO DEVEMOS PERDOAR?

Pelo uso de uma "palavra chave"; como ser: causas, requisitos, razões, efeitos, atitudes, motivos, níveis, debilidades, evidencias, condições, provas, etc.

Exemplo: TEMA: OS REQUISITOS para CRESCER

1) O 1º requisito é . . . .
2) O 2º requisito é . . . .



Pelo uso de uma "frase chave"

Exemplo: TEMA: "O temor de Deus"

1) O homem que teme a Deus se torna sábio.
2) O homem que teme a Deus vive em santidade.
3) O homem que teme a Deus vive seguro.

Pelas divisões naturais do tema.

Pelas divisões naturais do texto bíblico.

Pelos pontos sobressalentes do relato.

2) O número das divisões principais convém que sejam entre dois e cinco, ainda que excepcionalmente possam ser mais. O mais freqüente é que sejam três o quatro.

3) Surge a pergunta se é conveniente que o pregador anuncie as divisões de seu sermão. Não é indispensável, depende do tema e do modo que foi preparado e do estilo do orador. Em términos gerais diremos que sim se o anuncio explícito das divisões principais ajudar aos ouvintes a seguir com mais facilidade o desenvolvimento do sermão. Não é conveniente em geral fazer o anuncio das subdivisões ou dos sub-pontos.

4) As divisões devem se suceder de um modo natural e cobrir entre todo o terreno da proposição.


Esquema de Organização de um Sermão