INTRODUÇÃO A MATÉRIA
HOMILÉTICA:
É a arte de pregação. Pregar é comunicar a verdade através da personalidade. A pregação é a comunicação verbal da revelação de Deus, feita por um homem aos homens com o fim de persuadi-los
a fazer a vontade de Deus.
Sua etimologia: Homilética e homilia vêm da palavra grega 'HOMILEO", que significa: falar, praticar.
Seu sentido técnico: Homilética é o estudo que trata da preparação de sermões bíblicos e sua comunicação oral.
O equivalente a Homilética no campo secular seria "Retórica"
Homilia significa sermão, prática ou discurso religioso.
PREGAÇÃO:
Seu sentido prático: A nota preponderante da pregação deverá ser o kerigma; porem com a prática, especialmente no kerigma da edificação, o kerigma vai acompanhado da didaké (Ensino, mandamentos que revelam a vontade de Deus, e apelam a obediência)
O exemplo da agulha e do fio, a locomotiva e dos vagões. Na pregação se podem encontrar estes 3 aspectos:
Conteúdo kerigmático
Conteúdo didáktico
Conteúdo pastoral (que aplica ao Conteúdo do anterior a situação concreta e contextual de seus ouvintes.)
Jesus e os apóstolos pregavam (kerigma) e ensinavam (didaké). Nos evangelhos e nas epístolas encontramos estes dois elementos. Em uma pregação geralmente aparecem os 2 elementos; quando a nota dominante é a didaké, seria mais um ensino que uma proclamação.
A PREGAÇÃO É COMUNICAÇÃO:
O meio da comunicação é a palavra. A pregação não deve ser mera palavra, nem palavras persuasivas de humana sabedoria (retórica), senão PALAVRA DE DEUS, e se o que comunicamos é Palavra de Deus, e essa palavra é ESPÍRITO - VIDA -LUZ - CRISTO - DEUS, que chega aos homens e opera nos que a aceitam.
CARACTERÍSTICAS DE UM SERMÃO OU MENSAGEM:
- Bíblica
- Teológicamente correta
- Cristocêntrica
- Evangélica (comunica boas notícias)
- Espiritual (não somente letra ou palavras senão espírito)
- Atual e pertinente (que responda as necessidades do momento)
- Profética (o que o Senhor quer dizer aqui e agora)
QUALIDADE PESSOAIS QUE O PREGADOR DEVE CULTIVAR:
Qualidades espirituais
- Estatura espiritual e santidade
- Devoção á Deus
- Vocação
- Unção do Espírito Santo e fervor espiritual
- Sensibilidade espiritual
- Conhecimento de Deus e de Sua Palavra
- Autoridade espiritual
- Humildade
Qualidades intelectuais
- Conhecimento das Sagradas Escrituras
- Conhecimento teológico
- Gramática da língua portuguesa
- Cultura geral
- Atualização de acontecimentos sociais
Qualidades psico-emocionais:
- Liberação de tensões, ansiedade, raivas, etc.
- Consciência limpa
- Equilíbrio e saúde emocional
- Domínio próprio
- Sensatez e sentido comum
- Objetividade
Qualidades mentais ou carismas de comunicação:
- Raciocínio claro
- Pensamento ordenado
- Vigorosa imaginação
- Capacidade de sentir, de comover-se
- Capacidade de expressão
- Poder de enunciação
Qualidades físicas:
- Boa saúde
- Boa voz
- Boa dicção
- Boa expressão gestual
Algumas qualidade são dons naturais, outras são dons espirituais ou carismas dados por Deus A vezes são uma combinação de ambas as coisas.
Todos podemos e devemos melhorar e desenvolver nossas qualidades e capacidades mediante estudo, a aprendizagem, o exercício , a experiência, a disciplina, a oração e a dependência de Deus.
MATERIAIS ÚTEIS PARA O PREGADOR:
1) Bíblias, várias versões, Bíblia de estudo com referência, notas e mapas, etc.
2) Concordância completa.
3) Dicionário bíblico ou Enciclopédia Bíblica.
4) Comentários exegéticos da Bíblia.
5) Dicionário da língua portuguesa.
Outros materiais
1) Livros sobre os temas a desenvolver
2) Revistas ou artigos que tratam do tema.
3) Arquivos de materiais
O LIVRO QUE UM PREGADOR DEVE ESTUDAR:
AS SAGRADAS ESCRITURAS: Antigo e Novo Testamento mediante a leitura diária, estudo e cursos bíblicos.
HOMILÉTICA TEMA 2
I) A INSPIRAÇÃO OU A RECEPÇÃO DA MENSAGEM.
(OU COMO DETERMINAMOS O QUE PREGAR)
A) O QUE PREGAR:
O pregador deve estar convencido que tem uma mensagem de parte de Deus para comunicar aos homens. Se não tem esta segurança será débil sua pregação.
1) Deus nos falou por Cristo, Ele é a revelação de Deus para todos os homens de todos o tempo, a palavra universal e eterna de Deus. De modo que com certeza podemos afirmar que a mensagem de Deus para os homens já o temos recebido Devemos PREGAR todo o conselho de Deus.
2) Obviamente, como todo o conselho de Deus não se pode dar em uma só ocasião, cabe perguntar-nos: que parte de todo o conselho devemos dar em cada ocasião que tivermos que PREGAR?
3) O adoutrinamento nos grupos caseiros, ou no discipulado se especializa mais em um ensino progressivo e gradual de todo o conselho de Deus. Não tem uma ordem rigorosa, mas um sentido de direção até o completo conselho de Deus. Isto deve ser feito com graça, liberdade, e flexibilidade de acordo as necessidades e vivência do grupo de discípulos.
4) Nas circunstâncias concretas dos ouvintes, nosso Deus, vivo e presente na reunião, quer dar uma palavra pertinente as necessidades específicas que os receptores da mensagem tem. Para eles o pregador necessita da inspiração de Deus.
B) A ASPIRAÇÃO QUE TODO PREGADOR DEVE TER:
1) Receber por inspiração uma mensagem de Deus. Sua oração e clamor é o que vai dizer seja o que Deus quiser dizer a esse auditório ou congregação nesta oportunidade específica.
2) Comunicar essa mensagem com clareza, fidelidade e unção.
3) Que os receptores da palavra sejam iluminados pelo E.S. e persuadidos a fazer a vontade de Deus.
C) EXEMPLOS BÍBLICOS DE PREGAÇÕES INSPIRADOS PARA UM AUDITÓRIO ESPECÍFICO EM UMA CIRCUNSTÂNCIA CONCRETA:
- Pedro em Jerusalém. Atos 2:14-40
- Estevão ante o Concílio. Atos 7
- Pedro na casa de Cornélio. Atos 10:34-44
- Paulo em Antioquia de Pisidia. Atos 13:14-41
- Paulo em Atenas. Atos 17:22-34
- Paulo e os anciãos de Eféso. Atos 20:17-37
Os 5 primeiros são o kerigma de evangelização dado por inspiração de modos diversos segundo o auditório.
D) A NECESSIDADE DE INSPIRAÇÃO OU REVELAÇÃO:
1) Cristo promete que será uma obra do E.S.:
João 14:26, "ensinará, recordará".
João 16:13-15, "guiará a toda verdade, os fará saber".
Primeiro foram ensinados por Cristo (COMUNICAÇÃO NATURAL)
Logo o E.S. ensinaria e recordaria (COMUNICAÇÃO SOBRENATURAL)
2) Paulo disse em 1 Cor. 14:1 "...sobre tudo que profetizeis". Ainda no contexto se refere as operações dos dons do E.S., creio que o princípio se estende a todo aquele que prega. Todo pregador deve procurar que a essência ,a medula da sua mensagem tenha um conteúdo profético. Sua pergunta deve ser: Senhor que quer dizer a estas pessoas reunidas ?
3) Paulo em Ef. 1:15-19 pede revelação para os destinatários de sua carta.
E) EM QUE SITUAÇÕES PODE-SE RECEBER UMA INSPIRAÇÃO OU UMA MENSAGEM DE DEUS
Aclaração previa: Em muitas poucas ocasiões pode-se receber uma mensagem já desenvolvida da parte de Deus. Geralmente a inspiração pode ser um pensamento, uma carga, ou uma palavra breve que Deus nos dá; logo pela reflexão, a meditação, a oração, o estudo bíblico sobre o tema, se vai desenvolvendo em nós. Geralmente Deus nos dá uma semente a qual devemos regar para que se desenvolva e cresça e logo prega-la. A meditação, o estudo, e a oração nos ajudarão a uma melhor e mais profunda compreensão do tema, isto gerará uma maior inspiração. Meditando e orando sobre o revelado virá mais revelação e assim sucessivamente.
1) O estar em contato com Deus e Sua palavra.
- Lendo e meditando na Sua Palavra.
- Em tempos de oração com Deus, ouvindo Sua voz.
- Repentinamente recebendo uma palavra de Deus.
- Revelação ou compreensão clara em momentos de contemplação e adoração.
Carga que vem do Senhor em tempos de intercessão por Sua Igreja ou por algum grupo.(cuidado com o Espírito do acusador) .
- Pela operação dos dons do E.S., pelos dons de revelação e inspiração.
- Por visões e sonhos.
- Uma fonte de grande inspiração é crer a visão que Deus tem de Sua Igreja.
- Por crer e proclamar com unção e louvor as verdades de Deus.
- Por “orar a palavra". Ler 1 ou 2 capítulos da Bíblia devocionalmente e sublinhando; logo orar com os olhos e a Bíblia aberta de acordo com o sublinhado.
Façamos anotações do que Deus nos dá em algum caderno, para logo seguir estudando, meditando e desenvolvendo sobre o recebido.
2) O estar em contato com irmãos.
- Por conhecer a nós mesmo e a outros irmãos temos conhecimento das debilidades humanas e suas necessidades.
- Pelas necessidades espirituais que percebemos na congregação. O que está faltando e percebemos que é o momento.
- Por discernir as mentiras do diabo nas mentes das pessoas.
- Por ser sensível aos que sofrem, aos que tem conflitos, lutas, dúvidas, provas, cargas, etc.
- Por conhecer pensamento dominante na sociedade que nos rodeia: Atitudes, estilos de vida, filosofias, ideologias, etc.
- Por conhecer os conflitos das pessoas quando nos toca ministrar-lhes e aconselha-los pessoalmente. Suas debilidades, fracassos, pecados, inquietudes, carências, etc.
3) O estar em contato com outros obreiros.
- O orar com outros.
- O escutar a outros PREGAR.
- O falar, compartilhar, discutir, estudar com outros.
- O ler em livros ou artigos os que outros escreveram.
4) Outras fontes de inspiração.
- A observação da natureza.
- As histórias do Antigo e Novo Testamento.
- Biografia de personagens bíblicos.
- Biografia e o exemplo de homens de Deus.
- Os irmãos que são mais crescidos que eu.
- Experiências e observações da vida real.
F) A "INSPIRAÇÃO" DEVE SER JULGADA:
" assim os profetas, falem dois ou três e os demais julguem" 1 Cor 14:29
- Toda "inspiração" deve estar de acordo as Sagradas Escrituras em seu conjunto em forma absoluta.
- Toda "inspiração" deve ser examinada por outros servos de Deus.
- Também deve passar pela prova do ministério do novo pacto:
É somente letra que mata ou há um espírito que dá vida?
Somente apresenta o problema o propõe uma solução?
É ministério de condenação ou de edificação?
G) DIFERENTES SITUAÇÕES DE PREGAÇÃO:
1) Tema livre, a escolher pelo pregador.
2) Tema sugerido por ele o pelos que o convidaram.
3) Tema predeterminado por outro/s.
4) Tema estudado em conjunto.
5) Tema para ocasiões especiais: Casamento, velório, ordenações, etc.
HOMILÉTICA TEMA 3
II) A PREPARAÇÃO DO SERMÃO.
O PROPÓSITO DEFINIDO DO SERMÃO.
A) A IMPORTÂNCIA DE TER UM PROPÓSITO:
Cada sermão deve ter em vista uma meta clara, um propósito definido, um objetivo específico. A determinação do propósito é o primeiro passo, não a preparação de um sermão. Na preparação de uma mensagem determinar o propósito é o mais importante pelas seguintes razões:
1) Porque toda mensagem requer um para que. Se não se sabe a finalidade que se persegue, está destinado a fracassar. É indispensável ter um alvo e apontar com precisão até ele.
2) Porque o sermão é um meio e não um fim. Não pregamos meramente para informar, ou ilustrar, nem para entreter, muito menos para fazer uma demonstração de nossos conhecimentos ou habilidades retóricas. Queremos conseguir um fim determinado .
3) Porque o propósito é um guia indispensável na preparação do sermão. O propósito governa a escolha do texto bíblico, a formulação e o desenvolvimento do tema, ou como ordenar as divisões, que material incluir ou excluir, o que enfatizar e como concluir. Tudo deve convergir até o objetivo ou fim.
4) Ademais, obriga a depender de Deus para conseguir esse fim, e esperar os frutos concretos. O que queremos obter Deus e eu com esta mensagem?
Exemplo: A palavra de Deus é como espada de dois fios. O dois fios da espada convergem em um ponto. Todo o sermão deverá ter um ponto específico sobre o qual faz pressão e quer entrar.
B) OS PROPÓSITOS GERAIS DA PREGAÇÃO:
1) Propósito evangelístico:
Aponta aos inconversos e seu fim é a conversão deles. Seu conteúdo é o kerigma da evangelização dado de acordo a situação e compreensão dos ouvintes. A linguagem usada, o estilo, as referências e a apresentação deverão estar ao nível de capacitação dos que se estão evangelizando. (Toda mensagem de evangelização é também edificante para os crentes) .
2) Propósito de Edificação:
Aponta aos crentes e seu fim é conseguir seu crescimento ou edificação nas diversas áreas de sua vida. Seu conteúdo principal é o kerigma de edificação e a didaké. Seu fim global é conseguir nos crentes a qualidade da vida de Cristo, tanto no caráter, como na conduta e serviço; e promover a unidade de todos os filhos de Deus aqui na terra para que o mundo creia.
Seu estilo principal deve ser a proclamação da verdade, o ensino, a instrução com os mandamentos, o alento, a exortação, e quando for necessário alguma pequena dose de admoestação e repreensão.
Sua ênfases principal pode variar. Ás vezes kerigmático, ás vezes didático, outras vezes inspiracional ou devocional, ou de consagração, ou de renovação, ou de correção ou ministração as necessidades específicas, ou ministério de restauração, ou profético, ou pastoral (conselhos sobre situações contemporâneas não tratadas diretamente pela Bíblia) etc. .
C) QUALIDADES DE UM BOM PROPÓSITO ESPECÍFICO:
1) Deve surgir da carga espiritual ou da inspiração que Deus tenha dado ao pregador.
Se tem uma carga ou uma inspiração e não se tem ainda claro o propósito específico, tem que seguir orando e meditando. "Senhor qual é o propósito específico desta carga ou inspiração? O que queres concretamente conseguir?" Devemos seguir nesta atitude até que o tenhamos bem claro .
2) Geralmente o sermão deve ter um só propósito para que seja eficaz.
3) Deve ser o suficientemente conciso para ser recordado.
4) Deve ser muito claro e preciso.
5) Deve ser formulado por escrito. Deve ser o suficientemente claro para que seja escrito.
6) Deve ser o suficientemente prático para que seja alcançado.
Exemplos de propósitos específicos:
a) Que cada irmão tenha o hábito de orar diariamente a sós.
b) Que perdoemos aos que tem nos ofendido.
c) Que paguemos com fé e alegria os dízimos ao Senhor
HOMILÉTICA TEMA 4
OS ELEMENTOS QUE COMPÕEM O SERMÃO
A) O TEXTO BÍBLICO:
O texto bíblico é aquela passagem das Escrituras, seja breve ou extenso, do qual o pregador extrai o tema de seu sermão.
Se o pregador não encontra um texto bíblico apropriado, para o que quer dizer, ou não conhece bem a Bíblia ou o que vai dizer, não tem apoio bíblico.
As vantagens de um texto bíblico: como base do sermão.
- Dá certa autoridade desde o princípio do sermão, demanda atenção, respeito e obediência.
- Realça o feito que estamos pregando a Palavra de Deus.
- Nos ajuda a nos enquadrarmos no tema e não divagar.
- Nos leva a que o desenvolvimento do tema consista principalmente na explicação, exposição, ilustração e aplicação do texto bíblico que por si só é inspirado por Deus.
- Ajuda aos ouvintes a recordar a trama da mensagem.
- Promove o conhecimento da Bíblia.
- É um caminho sempre mais seguro.
Considerações na escolha do texto bíblico.
- Que seja o mais apropriado de acordo o propósito definido.
- Deve ser o mais claro para desenvolver o tema na ênfase que queremos dar.
- Se deve evitar basear-se em passagens obscuras, ou em palavras ditas por seres não inspirados: Exemplo: Satanás, incrédulos, etc.
- Se deve evitar tirar o texto de seu contexto.
- Se deve evitar passagens que não nos resultem muito claro a nós mesmos .
B) INTERPRETAÇÃO DO TEXTO BÍBLICO:
Uma vez definido o texto bíblico a tarefa do pregador é fazer uma reta interpretação do texto. Interpretar e explicar fielmente a passagem bíblica é um dos mais sagrados deveres do pregador.
Principais causas de erro na interpretação de uma passagem:
- Desconhecer o correto significado das palavras.
- Desconhecer o significado teológico das palavras.
- Não compreender a construção gramatical do parágrafo ou frase.
- Por fazer literal o que é figurado ou alegórico.
- Por espiritualizar o que é literal.
- Por não comparar com outras passagens bíblicas paralelas.
- Por estender a alegoria ou metáfora alem da intenção do texto.
Breve regras para a correta interpretação
1) Interprete gramaticalmente. Utilize dicionário da língua portuguesa, dicionário bíblico, verifique em outras versões da Bíblia.
2) Interprete de acordo com o seu sentido lógico. Ás vezes a mesma palavra pode ter diferentes significados. EX: carne, mundo.
3) Interprete histórica e contextualmente. Estude o restante da passagem bíblica, nas circunstancias históricas, geográficas, culturais.
4) Interprete de acordo com o restante da Bíblia. Utilize a Concordância Bíblica.
5) Interprete de acordo com o estilo literário devido: se é metáfora, alegoria, parábola, literal, simbólico, etc. (Veremos mais a frente)
DIFERENTES MODOS OU MÉTODOS DE EXPLICAÇÃO OU EXPOSIÇÃO:
1) Narração:
É o método mais antigo de exposição, é interessante, e compreensível para todos; requer:
- Precisão de datas.
- Ordem nas seqüências.
- Boa imaginação (controlada) .
- Progressão de suspense até o clímax.
- Certa dramatização
2) Descrição:
Geralmente vai junto com a narração. Explica o cenário onde as coisas aconteceram, as circunstâncias, os personagens, os objetos, os lugares, os ambientes, a situação, etc.
É "ver" e reproduzir a cena para que os ouvintes também “ vejam ”.
3) Esclarecer termos e conceitos
Explicando seu significado gramatical, seu significado teológico-bíblico, seu significado prático. Emprego de paráfrases, ampliação. Emprego de sinônimos, antônimos, etc.
4) Análises: (gr. Analyo = desatar)
Descomposição de um todo para conhecer e estudar suas partes ou elementos constitutivos.
- Se pode submeter o tema a as 7 perguntas clássicas:
quem? o quê? quando? onde? Por quê? para quê? como?
- Se pode estudar as diversas partes explícitas ou implícitas no texto.
- Nas analises de uma passagem bíblica como base do sermão:
a) Descobrir os aspectos principais do texto.
b) Dividir a passagem em parágrafos e extrair a idéia central de cada parágrafo.
c) Observar a reação das idéias entre si e seu ordenamento .
d) Descobrir as idéias secundarias que desenvolvem a idéia principal .
5) Sínteses:
Composição de um todo para a reunião de suas partes. É fundamental no desenvolvimento do sermão, em suas diversas partes e em sua totalidade. Para que os ouvintes não se percam em meio a muitas palavras, idéias e exemplos é necessário depois ou antes de explanarmos sintetizar, resumir para manter clara a idéia ou o ponto parcial ou total que se está expondo.
6) Linguagem figurada:
Tanto na pregação bíblica como na retórica se manejam muitos conceitos em linguagem figurada. Os principais são:
- Similar: comparação formal entre dois objetos, buscando impressionar com algo parecido. EX.: Isaias 55:10-11, Salmo 102:6
- Metáfora: comparação implícita. Forma de expressão mais breve e contundente que não tem um significado literal. EX: "Eu sou a porta" - "Jeová é o meu castelo" - "Sois o sal da terra" .
- Parábola: significa "colocar ao lado de", com o objetivo de comparar. A parábola está reduzida a coisas reais da vida humana e é mais desenvolvido que a similar. Tem um propósito de ocultar ou de revelar. Se devem usar na mesma intenção e propósito em que foram dados, sem querer comparar todos os aspectos da parábola.
- Alegoria: é uma metáfora estendida. Ex.: João 15 - Cristo a videira, o Pai é o agricultor, nós os ramos. Ef. 4 - Cristo a cabeça do Corpo, nós os membros, unidos por conjunturas.
- Tipos: Quando existe algum ponto notável de semelhança ou de analogia entre dois personagens ou ações : Adão, Melquisedeque, Isaac, tipos de Cristo em distintos aspectos analógicos.
A saída de Egito como nossa redenção.
- Símbolos ou figuras: representam algum aspecto da realidade espiritual. Por ex.: o tabernáculo, o sangue dos sacrifícios, etc.
7) Ilustrações
Exemplificação e comparação.
D) ILUSTRAÇÕES:
Ilustrar segundo sua origem é clarear um assunto. A ilustração serve para explicar e fazer entender um tema ou uma idéia; serve para provar, para criar interesse, e para gravar as idéias.
Vantagens no uso das ilustrações:
1) A ilustração explica, deixa claro o assunto. Todos entendem com uma boa ilustração. É como mostrar praticamente o que estamos dizendo.
2) A ilustração aumenta o interesse dos ouvintes, (os que estavam dormindo se despertam com uma boa ilustração) e ajuda poderosamente a conservar a atenção.
3) A ilustração fortalece o argumento e ajuda a convencer.
4) A ilustração comove os sentimentos e coopera na persuasão.
5) A ilustração ajuda a memorizar, como nenhuma outra coisa. Muitos depois de vários dias somente se recordam dos exemplos ou ilustrações do sermão.
6) A ilustração deixa mais amena, e ágil a mensagem para os ouvintes.
7) A ilustração possibilita uma repetição efetiva de verdades importantes. Recordemos que a repetição é uma das leis fundamentais do ensino.
Qualidade de uma boa ilustração:
1) Deve ser compreensível para o auditório. Para isso é necessário que seja tomado dos elementos conhecidos dos ouvintes.
2) Deve ser pertinente ou apropriada. Tem que ter tudo a haver. Um exemplo ou ilustração que somente entretêm por mais interessante que seja somente vai distrair.
3) Deve ser gráfica. Deve apelar a imaginação. Visualizar o quadro e comunica-lo de tal modo que os ouvintes também cheguem a visualiza-lo.
4) Deve ser breve. Não deve estender-se alem do necessário.
Deve eliminar os detalhes que não vêm ao caso. Se é uma analogia será mais breve. Se é um relato poderá ocupar mais tempo, porém não mais do que o necessário.
5) Deve ser veraz. Deve-se eliminar os exageros e mentiras em relatos e testemunhos. Não se pode apresentar algum exemplo hipotético como se fosse real. Podemos trazer casos supostos ou hipotéticos mostrando que não são reais. O que dizemos deve ser digna de crédito.
6) Deve ser prudente. Não se deve nomear a terceiros e revelar suas confidencias pessoais, sobretudo quando sabemos que isto ofenderia ou molestaria aos envolvidos.
7) Deve ser elegante e de bom gosto.
8) Deve glorificar a Cristo e não a nós. É legitimo trazer ilustrações de nossas experiências pessoais, mas devemos tomar cuidado de não nos apresentarmos como heróis em nossos relatos.
09) Geralmente deve ser escolhida e pensada previamente. As ilustrações improvisadas acabam não sendo muito apropriadas.
Diversas fontes de ilustrações:
- A natureza: a formiga, o sol, a videira, o rio, o corpo, etc.
- As Sagradas Escrituras: suas historias, relatos, metáforas, alegorias, exemplos, personagens, biografias, etc.
- As visões dadas por Deus.
- A historia da Igreja e das nações.
- As biografias.
- As experiências pessoais e de outros.
- Os acontecimentos contemporâneos: mundiais, nacionais. A nível político, social, econômico, policial, etc. (Jornais, TV, radio, etc.)
- O conhecimento das necessidade e dos problemas humanos.
Considerações gerais sobre as ilustrações:
a) As ilustrações podem ser usadas em qualquer parte do sermão segundo a necessidade.
b) As ilustrações tomadas da natureza, ou de objetos feitos pelo homem, ou da linguagem figurada da Bíblia, geralmente são mais apropriadas na explicação do texto bíblico , pois se utilizam mais como analogias (comparações) .
c) As ilustrações tomadas de biografias, experiências pessoais ou testemunhos são mais apropriadas na APLICAÇÃO DO TEXTO bíblico aos ouvinte.
E) APLICAÇÃO:
Considerações gerais:
1) Havendo explicado e desenvolvido a exposição do texto bíblico, o pregador deve mostrar aos ouvintes de que modo as verdades que se tem exposto são aplicáveis a suas vidas.
2) A ênfase principal da aplicação surgirá ou se determinará pela inspiração ou a carga profética.
3) A aplicação não é um apêndice do sermão senão a sua parte principal; não necessariamente na extensão senão na intenção.
Spurgeon disse: "Onde começa a aplicação começa a mensagem".
4) Na exposição ou explicação falamos da passagem bíblica; mas na aplicação damos a mensagem aos ouvintes, nos dirigimos a eles, a sua situação, a sua necessidade; falamos de suas vidas, de sua conduta, de sua salvação ou crescimento. É por isso que a aplicação deve ser prática.
5) É preferível ir fazendo a aplicação prática em cada divisão do sermão e não deixar tudo para o final.
Erros comuns na aplicação:
1) Ser vaga, abstrata ou impraticável.
2) Ser contraditória.
3) Ser negativa.
Requisitos para uma boa aplicação:
1) Deve ser clara, especifica, concreta, prática.
2) Deve ser positiva e não condenatória, deve enfocar não meramente o problema senão a solução.
3) Deve ser pertinente aos ouvintes, de acordo com a suas necessidades e nível espiritual .
4) Deve ser contextual de acordo as circunstâncias e cultura dos ouvintes
5) Deve alentar, animar, inspirar fé, mostrar que é possível mediante o poder de Cristo em nós.
6) Deve ser persuasiva. Deve persuadir, exortar, (Rom. 12:1 ; 2 Cor. 5:20)
7) Deve-se ir progredindo até o clímax. O clímax é o ponto culminante quando o ouvinte convencido, comovido e motivado pela Palavra de Deus rende sua vontade e sua vida ao Senhor.
RESUMO DO MATERIAL PARA UM SERMÃO.
Primeiro: A inspiração ou recepção da mensagem de Deus, ou carga espiritual .
Segundo: Determinação do propósito definido.
Terceiro: O resumo do material
Já assinalamos que os elementos ou materiais que compõem um sermão são:
A) O TEXTO BÍBLICO
B) A INTERPRETAÇÃO
C) A EXPLICAÇÃO OU EXPOSIÇÃO
D) AS ILUSTRAÇÕES
E) A APLICAÇÃO
Uma vez determinado o propósito do sermão, o passo seguinte é fazer é ajuntar o material sobre o tema que se vai a desenvolver.
Nesta etapa o importante é ANOTAR tudo o que venha sobre o tema: idéias, textos bíblicos, exemplos, comparação, pensamentos, aplicações, revelações, experiências Nestas etapas não interessa a ordem, pois estamos ajuntando tudo. Agora tem que reunir material dos cinco pontos assinalados:
A)B) C) D) E) .
Não é conveniente fazer isto em um só dia. É necessário preparar-se com mais tempo. Para estudar, meditar, orar, receber inspiração, encontrar exemplos e ilustrações. Reitero que nesta etapa o importante é ANOTAR. Estudar o texto e anotar. Buscar na concordância e anotar os textos mais adequados. Orar . Se nos ocorre algum exemplo ou ilustração, anotar. Se nos vêm idéias e pensamentos, ANOTAR. Deste modo iremos recopiando os materiais que logo ordenaremos para a preparação do sermão.
HOMILÉTICA TEMA 5
A ORDEM DO SERMÃO
Esta nova etapa na preparação de um sermão consiste em: elaborar um plano para o desenvolvimento do sermão, ou seja, organizar e ordenar o material, fazer as divisões principais, inter-relacionar as distintas partes, selecionar o material reunido, dar-lhe uma progressão lógica e adequada, preparar uma introdução e uma conclusão; e escrever o esboço que servirá como guia para a pregação.
A) A IMPORTÂNCIA DA ORDEM
1) Desenvolver uma mensagem de um modo ordenado deixa mais compreensível a mensagem.
2) A boa ordem deixa a mensagem mais atrativa.
3) A boa ordem manterá a atenção dos ouvintes com mais facilidade.
4) A boa ordem permite recordar a mensagem com mais facilidade.
5) A boa ordem dá mais força a mensagem.
6) A boa ordem é também de grande importância para o pregador; e ajuda a evitar: omissões, repetições desnecessárias, “viajar” etc. Dá ao pregador uma idéia cabal do que quer dizer e o inspira e o estimula.
Convém aqui esclarecer que o mais importante de um sermão não é sua forma ou ordem senão seu conteúdo. Mas também é justo assinalar que um sermão com um bom conteúdo e uma boa ordem dará um impacto muito mais poderoso e duradouro na maioria. Por outro lado um sermão com uma ótima ordem e sem um bom conteúdo será ineficaz.
B) ASPECTOS QUE SE DEVEM OBSERVAR PARA CONSEGUIR UMA BOA ORDEM
1) A unidade do sermão: Ao ter o sermão um só objetivo específico, tudo o que se inclui nele deve servir de algum modo a alcançar o seu objetivo; e se deve excluir tudo o que não venha ao caso ou não contribua a alcançar o objetivo proposto. Respeitar este princípio é fundamental para alcançar a unidade do sermão.
O pregador, igual a um arquiteto, havendo separado os materiais, deve construir uma estrutura de sustentação que dará unidade a seu sermão, na qual integrará todas as partes de sua pregação em um conjunto harmônico e coerente.
2) Organização do sermão: Ao ordenar os materiais separados e estruturar as distintas partes do sermão, não é suficiente coloca-los meramente numa ordem, senão dar-lhes a melhor ordem que possamos, de tal maneira que cada parte fique colocada no lugar onde possa ajudar melhor ao tema em seu conjunto. Para ele é necessário um plano geral para a organização de sermões e um bom critério para saber como faze-lo em cada caso particular.
As partes que compõem explicitamente o sermão são:
1) O texto bíblico.
2) O título ou tema.
3) A introdução.
4) O desenvolvimento do tema com suas divisões principais e subdivisões .
5) A conclusão.
Os dois elementos que determinam como organizar um sermão são:
1) O propósito definido.
2) A proposição.
3) Movimento progressivo do sermão: Este é o terceiro aspecto que se deve observar para conseguir uma boa ordem em um sermão. Isto significa que deve haver uma adequada progressão no pensamento do sermão desde o princípio até o fim, a qual será mais fácil levar aos ouvintes consigo a cada passo do caminho .
A ordem das divisões deve respeitar o movimento progressivo . Consideremos alguns princípios:
- Ir do conhecido ao desconhecido.
- Ir do simples ao complexo.
- Ir dos argumentos mais débeis aos mais fortes.
- As considerações negativas devem preceder as positivas.
- O abstrato deve preceder ao concreto.
- Primeiro o kerigma depois o didakê.
- Primeiro a explicação depois a aplicação.
- Ir do geral ao particular.
- Respeitar a ordem cronológica possível.
- Primeiro dirigir-se a mente mediante a instrução e a explicação, depois motivar os sentimentos e em terceiro lugar apelar a vontade.
- Primeiro despertar o interesse mediante perguntas, colocações conflituosas, manter certo suspense e logo dar as respostas .
Estas não são regras fixas senão princípios, será bom respeita-los, mas não é necessário atar-se a eles. Estes princípios são aplicáveis a cada uma das partes como o sermão em seu conjunto para progredir até seu clímax.
C) O DESENVOLVIMENTO DO TEMA E SUAS DIVISÕES
Para conseguir um bom desenvolvimento do tema é muito útil e proveitoso dividir o sermão em várias partes principais e logo subdividir cada parte em vários sub-pontos. O rascunho feito com a variedade de elementos que compõem um sermão devem agora ser selecionados, agrupados e inter-relacionados em torno a vários pontos ou substitui-los os quais constituirão as divisões principais do sermão
Considerações sobre as divisões principais de um sermão:
1) As divisões principais devem manter entre si coordenação, harmonia, coerência e fluência para formar assim uma unidade lógica. Para isto devem ser formuladas de um modo semelhante, como ser:
Formulações interrogativas:
Exemplo:
TEMA: O PERDOAR
1) O QUE É PERDOAR?
2) POR QUE DEVEMOS PERDOAR?
3) COMO DEVEMOS PERDOAR?
4) QUANDO DEVEMOS PERDOAR?
Pelo uso de uma "palavra chave"; como ser: causas, requisitos, razões, efeitos, atitudes, motivos, níveis, debilidades, evidencias, condições, provas, etc.
Exemplo: TEMA: OS REQUISITOS para CRESCER
1) O 1º requisito é . . . .
2) O 2º requisito é . . . .
Pelo uso de uma "frase chave"
Exemplo: TEMA: "O temor de Deus"
1) O homem que teme a Deus se torna sábio.
2) O homem que teme a Deus vive em santidade.
3) O homem que teme a Deus vive seguro.
Pelas divisões naturais do tema.
Pelas divisões naturais do texto bíblico.
Pelos pontos sobressalentes do relato.
2) O número das divisões principais convém que sejam entre dois e cinco, ainda que excepcionalmente possam ser mais. O mais freqüente é que sejam três o quatro.
3) Surge a pergunta se é conveniente que o pregador anuncie as divisões de seu sermão. Não é indispensável, depende do tema e do modo que foi preparado e do estilo do orador. Em términos gerais diremos que sim se o anuncio explícito das divisões principais ajudar aos ouvintes a seguir com mais facilidade o desenvolvimento do sermão. Não é conveniente em geral fazer o anuncio das subdivisões ou dos sub-pontos.
4) As divisões devem se suceder de um modo natural e cobrir entre todo o terreno da proposição.
Esquema de Organização de um Sermão
quinta-feira, 31 de julho de 2008
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4 comentários:
ótimo texto, parabéns, gostaria de convidá-los a acessar o meu blog, onde compartilho estudos e mensagens da palavra de Deus, todos serão bem vindos.
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Vamos aprender
Olá, gostei muito, é de grandencontrar ajuda. Obrigado.
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